Nesta quinta-feira, 17 de maio, dia que marca a luta mundial contra a homofobia, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) realiza um alerta para necessidade de se combater o preconceito contra homossexuais dentro das escolas. Segundo Rebeca Ontero, representante da Unesco no Brasil, o problema é crescente nos colégios brasileiros e merece atenção.
“É dever do Ministério da Educação, e também de outros órgãos do governo, providenciar estratégias para a redução do bullying homofóbico nas escolas. O professor, há anos, demonstra que não está preparado para lidar com a questão da diversidade sexual, e os materiais pedagógicos têm um importante papel para mudar esse quadro”, declarou Rebeca ao defender o kit do programa Escola sem Homofobia, vetado pela presidente Dilma Rousseff em maio de 2011. O material seria distribuído a alunos de 6 mil escolas públicas do Brasil, mas foi suspenso após pressão da bancada religiosa do Congresso Nacional.
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A Unesco divulgou na última quarta-feira (16 de maio), na França, um guia de orientação sobre a homofobia realizado por meio de uma consulta pública que contou com dados de 25 países, feita no Rio de Janeiro no final do ano passado. Durante o evento, especialistas apresentaram os problemas e as práticas adotadas em suas nações para o combate do bullying. “Os resultados dessa pesquisa foram reunidos e estão sendo divulgados pela Unesco, primeiramente em inglês e francês. Até o final de maio, isso será traduzido para o português”, disse Rebeca Ontero.
De acordo com ela, a Unesco escolheu o tema bullying homofóbico por ser a prática que causa maiores problemas à formação de crianças e adolescentes. “Os pais e professores pensam que o bullying é algo natural dessa fase. Silenciam quando os problemas aparecem porque são despreparados para lidar com isso. Mas, na maioria das vezes, o impacto psicológico para os estudantes é inevitável”, declarou. Ontero alertou ainda que a “fonte” da homofobia tem relação direta no aprendizado, pois a maioria das vítimas acaba deixando os estudos de lado por sofrerem com discriminação.
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