Usuários de plano de saúde encontram problemas com o serviço

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Como se não bastasse os problemas da saúde pública, quem possui um plano de saúde também já encontra dificuldades. Marcar uma consulta com um médico conveniado tornou-se um desafio para muitos. Meses de esperas são as reclamações de usuários de plano de saúde.

“Para quando é que tem vaga? Dois meses para frente? Não pode, eu preciso mostrar uns exames urgentemente”, diz ao telefone com a atendente a aposentada Luzia Luzimar Ribeiro. “Fui marcar uma consulta para minha endocrinologista. Marquei em maio para ser atendida no final de agosto. Ela só vai ter vaga agora para 2012”, conta ela.

Já não é mais possível encontrar rapidez nos processos de agendamento.

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O mais intrigante é que em todas as clínicas e consultórios conveniados, marcar uma consulta é muito fácil para quem pagar de forma particular. “Com hora marcada e dia marcado certinho, só no ano que vem”, comenta uma atendente. “Todo dia tem um horário para o particular”, termina ela.

O descaso com pacientes e a luta por dinheiro é evidente. As consultas para quem não possui um plano de saúde e não quer ser atendido no sistema público são caríssimas, poucos tem condições de pagar.

A Agência Nacional de Saúde (ANS) buscou nos últimos meses encontrar soluções para esse problema. Com o aumento do número de usuários em planos de saúde, foi necessário encontrar medidas que atendessem a demanda. Por fim, a ANS estabeleceu, em uma resolução emitida, um prazo de 14 dias úteis para marcação de consultas nas maiorias das especialidades.

A partir de dezembro, quando a regra entra em vigor, os pacientes não devem esperar mais do que isso para serem atendidos. Outro problema que também surgiu com o elevado número de usuários foi a baixa quantia de leitos disponíveis. Os casos de emergências já não podem mais ser atendidos com rapidez. Segundo a ANS, são 127 mil leitos para 46 milhões de usuários.

“Nós estamos trabalhando no limite. É necessário que apareça um grupo de profissionais ou um profissional empreendedor para construir e equipar um hospital novo, que não é tarefa fácil”, comenta o Aramici Pinto, presidente da Associação dos Hospitais.

Já para a Associação dos Usuários de Planos de Saúde, o problema está com as empresas que oferecem esse tipo de serviço, que buscam apenas em conseguir novos clientes, sem se adequar ao novo número.

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“O que está acontecendo com os planos de saúde foi o que aconteceu com a telefonia móvel celular: vamos vender, vamos vender, vamos vender. E o serviço, como é que vai ser? Na telefonia móvel, o prejuízo é de tempo e patrimonial. Na saúde, é a vida”, observa o presidente da Associação dos Usuários de Planos de Saúde, Alfredo Pearce.

A ANS está buscando aliar-se com órgãos de defesa ao consumidor, já que, independente do motivo, cabe a empresa atender os serviços oferecidos judicialmente, pois eles constam em contrato.

A Associação Brasileira de Medicina de Grupo comentou, através de nota, que a diminuição do número de leitos é um fenômeno mundial e que na verdade não há falta desses, pois, as operadoras contam com mais de 300 hospitais próprios, além dos conveniados.

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