UnB tem mais de 11% de alunos negros

PUBLICIDADE

 

O sistema de cotas da UnB existe desde 2004 (Foto: Divulgação)

Está em pauta no Supremo Tribunal Federal (STF) a constitucionalidade das cotas raciais para o ingresso em universidades públicas. Paralelamente a esse debate, a Universidade de Brasília (UnB) comemora oito anos do programa que direciona 20% das oportunidades de ingresso a cursos na instituição para alunos negros.

A universidade se orgulha de ter sido a primeira no Brasil a defender a reserva de vagas para pessoas afrodescendentes, ficando atrás somente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), que instituiu o sistema depois de uma obrigatoriedade legal, determinada pelo governo do estado que garantia vagas para estudantes negros (ou descendentes) em todas as universidades do Estado.

PUBLICIDADE

Tendo início em 2004, o projeto registra atualmente 3.437 estudantes que conquistaram bolsas por meio do sistema de cotas. O índice representa 11,2% do total de 31 mil alunos matriculados na Universidade de Brasília. Segundo “Nelson Inocêncio, coordenador do núcleo de estudos afro-brasileiros da UnB, o momento é propício para a comemoração e também para o debate”.

O sistema de cotas causa muita polêmica (Foto: Divulgação)

“Antes das cotas, a paisagem do campus era digna de uma instituição europeia. Não se viam negros nas salas de aula. É impossível manter uma estrutura segmentada como essa em um País que tem 50,7% de população negra”, afirmou Inocêncio, que completou: “Percebemos que muitos jovens conservadores são contra o sistema. Agora, o debate sobre isso é absolutamente normal”.

O representante da UnB se diz otimista com relação à votação no STF da ação movida pelo partido Democratas contra as cotas raciais. “Em alguns momentos, precisamos da força da lei para garantir que os direitos sejam respeitados. Foi assim com relação à violência entre as mulheres e, infelizmente, precisará ser desse modo com relação às cotas. Afinal, a abolição da escravatura tem mais de 120 anos e, até agora, não conseguimos igualar os direitos entre negros e brancos”, enfatizou.

Em março desse ano, a instituição de ensino esteve envolvida em um caso de racismo. Um ex-aluno da universidade foi preso por envolvimento em ameaças postadas nas redes sociais, incitando a violência contra homossexuais, negros, mulheres, judeus e nordestinos.

Leia também:

Comentários fechados

Os comentários desse post foram encerrados.