Segundo especialistas em saúde, o hábito de consumir pimenta pelo menos uma vez ao dia deveria ser repetido por todas as famílias, já que ela traz diversos benefícios à saúde. Para se ter uma ideia nas Américas o ingrediente já era utilizado até para suavizar dor de dente e de estômago. Isso há pelo menos três mil anos.
Aqueles que a colocam no cotidiano estão levando, além do condimento, uma série de remédios naturais como xarope, vitaminas, anti-inflamatório, analgésico – melhoramentos que os povos primitivos desvendaram há centenas de anos que atualmente estão sendo evidenciados pela ciência.
Um estudo concluído pela PUC-RS (Faculdade de Nutrição da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) evidenciou que o fruto realmente reduz as taxas de doenças cardiovasculares, a qual é o maior ensejo de mortes no país.
Durante duas semana, um grupo de camundongos recebeu uma pequena dose de pimenta-dedo-de-moça, a mais ingerida no Brasil. No final do experimento, sangue foi colhido e confrontado com o de camundongos que não receberam a pimenta. A decorrência surpreendeu os pesquisadores.
“Nós tivemos uma redução bastante significativa, em torno de 45%, do colesterol total desses animais. Uma redução do colesterol total, tanto em humanos quanto em cobaias, mostra que há um risco menor do desenvolvimento de doença arterial coronariana ou aterosclerose”, diz a nutricionista da PUC-RS Márcia Keller Alves.
Mais precisamente falando, os riscos de enfarte foram reduzidos. O elemento que diminui quase pela metade a gordura do sangue nos camundongos foi a capsaicina, uma substância da pimenta que dá a ela o gosto picante.
“É esse princípio ativo que faz com que a pimenta seja benéfica à saúde. Então, quanto mais picante mais capsiacina. E quanto mais capsiacina mais benefícios com o consumo da pimenta”, esclarece Márcia Keller Alves.
A substância age em diversas regiões do corpo: controla níveis de açúcar no sangue, suaviza dores de cabeça, eleva a capacidade pulmonar e auxilia no tratamento de rinite alérgica. E mais, é até um aliado para aqueles que desejam entrar em forma.
“É uma substância estimulante do metabolismo. A pessoa passa a gastar mais calor através do que come. Então, isso ajuda na obesidade. Ela só vai se beneficiar com um ingrediente natural”, afirma o nutrólogo Carlos Alberto Werutsky.
No Brasil o ingrediente é raramente consumido. Já na Tailândia, ela é o elemento principal dos pratos simples e sofisticados. Lá, o a ingestão chega a nove gramas ao dia, enquanto que no território brasileiro, não passa de meio grama por indivíduo.
Para que a pimenta se torne um ingrediente principal, é necessário pegar o alimento e inventar. Criar receitas que agradem a todos os públicos.
A receita mais vendida é a da geleia, elaborada com a ajuda da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) e da UFPel (Universidade Federal de Pelotas) para adquirir o gosto até daqueles que não gostam do sabor picante da pimenta.