Carne aumenta mesmo com queda da exportação: Entenda o motivo!

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A China parou de importar carne brasileira em setembro, quando identificou dois casos de vaca louca em frigoríficos em Minas Gerais e Mato Grosso.

Apesar da Organização Mundial de Saúde Animal afirmar que os casos foram atípicos, que não apresentavam riscos para a cadeia produtiva, em outubro as exportações caíram 43% em comparação com o mesmo mês no ano anterior e a situação se repetiu em novembro.

Quais as causas da queda de exportação da carne nacional?

O dólar alto, maior cotação de commodities aumentaram o preço das rações que utilizam milho ou soja como matérias-prima também colaboram com a alta dos preços, além da seca que atingiu o Centro-Sul do país e reduziu áreas de pastoreio e obrigou o gado a ficar confinado.

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Que providências do Ministério da Agricultura ajudaram a segurar o preço elevado da carne no mercado interno?

Em outubro, o Ministério da Agricultura autorizou o armazenamento por até dois meses em contêineres — e não em câmaras frias como exige a legislação sanitária — antes do bloqueio em 4 de setembro. Ou seja, a indústria da carne pôde manter o produto em estoque sem precisar disponibilizar o excedente para o mercado interno, ajudando a manter os preços elevados.

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Fonte/Reprodução: original

Outro fator que pode colaborar com os preços excessivos são os açougues e supermercados estocando para as festas de fim de ano. Estocar, no entanto, envolve o processo custoso de refrigeração.

Ciclo de alta do boi: questões estruturais do setor

Ter menos animais disponíveis para o abate — devido ao próprio ciclo de vida dos bois, que necessitam de tempo para reprodução poder repor os que forem abatidos — também é uma colaboração com o aumento dos preços na carne.

O período para criar uma carne que virá a se tornar um produto da pecuária leva em torno de 6 a 7 anos. As vacas passam por um período gestacional de 9 meses — assim como nós, humanos — e o tempo que um bezerro leva até atingir um adulto pronto para o abate leva cerca de dois anos.

Na atual situação em que há poucos animais disponíveis para o abate e o preço do produto está em alta, a tendência é que os pecuaristas mandem as matrizes (as vacas) para o abate.

Contudo, um menor número de fêmeas implica em uma menor quantidade de animais de reposição (nesse caso, os bezerros). Logo, o passo seguinte do ciclo é aumentar o preço da carne dos bezerros.

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Preço alto da carne e queda da renda do brasileiro

Com um menor volume em exportações, a quantidade de animais abatidos também cai, fazendo com que o preço do boi gordo despencasse em outubro. A arroba foi cotada para R$ 255, quando antes era uma média de R$ 315.

O fato de o brasileiro não ter sentido uma diminuição no preço da carne bovina se dá pela dinâmica entre os indicadores de inflação, que engloba tanto o IPA (Índice de Preços ao Produtor) quanto o IPC (Índice de Preços ao Consumidor).

Os bovinos vivos no pasto, itens do IPA, registram deflação desde setembro e chegaram a atingir 5,29% em outubro. A maior queda foi registrada em novembro, de 1,01%.

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