A gordura trans é um assunto bastante comentado, entretanto muitas pessoas não sabem ao certo seu real significado e as implicações de sua ingestão. Esse tipo de gordura é produzido industrialmente através de um processo chamado hidrogenação. Vem sendo usada desde o século passado, quando passou a ser consumida sem maiores restrições a partir da década de 50.
Por ser produzida a partir de óleos vegetais, que fazem bem à saúde, inicialmente acreditou-se que a gordura trans poderia servir como uma alternativa aos óleos de origem animal, responsáveis por aumentar os níveis do colesterol ruim no sangue, o LDL. Entretanto, estudos científicos realizados na década de 80 provaram que a realidade era bem diferente, pois a gordura trans se mostrou como um dos grandes venenos da alimentação moderna.
Como é fabricada
Os óleos vegetais, colocados em uma câmara de hidrogênio, são submetidos a altos índices de pressão e temperatura, resultando em sua transformação numa pasta escura e mal cheirosa. O produto é passado por sucessivos tratamentos alvejantes, até ficar incolor e desodorizada, com consistência semissólida.
Em quais alimentos pode ser encontrada
No mundo moderno não é difícil encontrar alimentos ricos em gorduras trans. De modo geral, tudo que é crocante ou cremoso possui grandes chances de conter essa substância. Sua maior concentração está em alimentos como bolachas, pipocas de micro-ondas, chocolates, sorvetes, folhados, tortas, bolos, salgadinhos, pastéis e tudo que utiliza margarina nas receitas. No topo do ranking de alimentos com altas doses dessa gordura estão os combos, servidos em restaurantes fast-food.
Atualmente é tão complicado restringir o consumo desse item que até mesmo produtos light e diet, geralmente destinados a quem pretende controlar o peso, não escampam dessa vilã. Derivados animais como carne e leite possuem naturalmente quantidades ínfimas de gordura trans, quase inexpressivas e que normalmente não são responsáveis em causar malefícios à saúde.
Malefícios à saúde
Como a gordura trans não é naturalmente produzida no organismo humano, ao ser ingerida permanece depositada no corpo. Por isso o ideal seria nunca consumi-la, entretanto, como essa é uma tarefa quase impossível, os médicos recomendam a menor ingestão possível.
A lista de malefícios que podem ser causados mediante o consumo dessa gordura é enorme, mas, sem sombra de dúvida, um dos maiores problemas é seu efeito sobre o equilíbrio lipídico do organismo, levando à diminuição do HDL (o bom colesterol) e aumento do LDL (o mau colesterol).
Outros problemas que podem ser citados são:
- Aumento da gordura visceral, acumulada na região da cintura e responsável por produção de diversos hormônios que aumentam o apetite e podem provocar resistência à insulina, aumentando o risco para desenvolvimento do diabetes;
- Hipertensão;
- Formação de placas de gordura nas veias, que pode resultar em um infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular encefálico;
- Aumento das chances de desenvolver câncer de mama;
- Aumento da incidência de depressão.
Porque é utilizada na indústria alimentícia
Apesar de não possuir nenhum ponto positivo para a saúde, a gordura trans continua sendo usada na fabricação de alimentos devido à sua capacidade em deixar os alimentos mais saborosos, além de melhorar sua aparência, deixando-os mais crocantes ou dourados. Outro benefício dessa gordura para a indústria é sua propriedade de aumentar o prazo de validade dos produtos, permitindo que fiquem muito mais tempo nas prateleiras.
O jeito é ficar atento ao comprar os alimentos e evitar ao máximo a ingestão desse componente. A dica é sempre conferir a tabela de informação nutricional, presente no verso das embalagens alimentícias, e procurar por termos como “gordura trans” ou “gordura vegetal hidrogenada”.
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