CD36: pesquisadores identificam gene do fast food

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Imagem: (Foto Divulgação)

Pesquisadores dos Estados Unidos descobriram a configuração de um gene, presente em 21% da população, que está associado à prioridade pessoal por comidas gordurosas e, portanto, com o risco de obesidade. O estudo foi publicado na revista Obesity, e ajuda a ilustrar porque é tão complicado para alguns indivíduos acompanhar uma dieta de baixas calorias.

O gene descoberto é chamado como CD36 e sua configuração “AA”, que foi identificada como a responsável pela preferência por gordura, apresentou um importante desempenho no desenvolvimento dos seres humanos, de acordo com a pesquisa.

“Gorduras são essenciais em nossas dietas. Na nossa história evolutiva, pessoas que tinham mais facilidade em ingeri-la tinham também mais chance de sobrevivência”, explica Kathleen Keller, especialista em ciência nutricional e uma das autoras do estudo.

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Além de fundamental para a dieta, a gordura é saborosa para os humanos em comum.  “Agora demonstramos que pessoas com formas particulares do gene CD36 tendem a gostar mais de fast food e outras comidas gordurosas do que a média da população. O resultado é que essa porção da sociedade é um grupo de risco para a obesidade”, afirmou Keller.

Pesquisa

Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores realizaram um teste com participantes negros, grupo étnico considerado sobretudo vulnerável à obesidade. Os voluntários responderam uma lista sobre prioridades alimentícias, dizendo o quanto adoravam comidas gordurosas como frango frito, bacon e batatas fritas.

Também foi proporcionado a eles um prato de salada com quantidade variável de óleo de canola. Amostras de saliva dos participantes foram colhidas para analisar que configuração o gene CD36 apresentavam.

As conclusões não deixaram dúvidas. Os voluntários com a configuração “AA” do gene adoraram da salada com maiores quantidades de óleo e apontaram maior índice de preferência por alimentos gordurosos do que a média das respostas.

“Os resultados mostram que essa parcela da população acha a gordura mais gostosa”, afirmou Keller. “Esperamos que esse estudo possa ajudar as pessoas a escolher dietas que sejam mais fáceis de seguir. E também achamos que o resultado pode ajudar pessoas que desenvolvem  alimentos de baixas calorias a fazerem com que eles pareçam mais apetitosos”, completou a pesquisadora.

O próximo passo do estudo, de acordo com os autores, é estudar  como o gene se comporta em crianças, já que, para elas, pode ser ainda mais difícil se adequar a uma dieta pouco calórica.

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“Pretendemos escanear o cérebro de crianças enquanto elas comem alimentos e bebidas ricos em gordura para ver que partes reagem. Assim, poderemos desenvolver alimentos que possam ser percebidos como gordurosos e gostosos para o cérebro, mas que, na verdade, são saudáveis”, concluiu Keller.

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