Um estudo recente mostrou que um nutriente encontrado na carne e no ovo ajuda o feto contra o estresse materno. A substância, chamada colina, faz com que a rotina estressante da mãe não interfira no desenvolvimento ou aumente os riscos de doenças.
Saiba mais: Como lidar com o estresse na gravidez
Mais colina, menos cortisol para o feto
A mulher, que consome grandes quantidades de colina durante a gravidez, reduz significadamente o risco de distúrbios de saúde mental e hipertensão. Pesquisas anteriores, divulgadas no FASEB Journal, periódico da Federação Americana das Sociedades de Biologia Experimental, já comprovaram também que a substância altera marcadores epigenéticos do feto, ou seja, modificações no DNA.
A conclusão de que a carne e o ovo contribuem com o desenvolvimento fetal foi elaborada depois que os pesquisadores descobriram os marcadores afetados pela colina, composto do Complexo B de vitaminas. De acordo com as análises, a substância regula o eixo hipotálamo-pituitário-adrenal (HPA), responsável pela produção de cortisol, também conhecido como o hormônio do estresse.
O estudo descobriu, então, que quanto maior a quantidade de colina ingerida, mais estável estará o eixo HPA. A pesquisa também reforçou a premissa de que, quanto mais a substância estiver presente na dieta materna, menos cortisol chega ao feto.
Para chegar à conclusão de que a colina combate o estresse materno e melhora o desenvolvimento fetal, os pesquisadores acompanharam 26 gestantes no terceiro trimestre. As participantes foram divididas em dois grupos: um ingeriu 480 miligramas (mg) por dia, uma quantia um pouco acima do recomendado de 450 miligramas. Já o outro consumiu quase o dobro de colina recomendada, cerca de 930 miligramas.
O consumo elevado de colina (930 miligramas) fez com que os marcadores epigenéticos apresentassem alterações mais significativas. Ou seja, a ação da substância nos genes reduziu em 33% a produção de cortisol nos sangues dos bebês.
Os benefícios da suplementação com colina
Outras pesquisas já tinham avaliado o impacto do alto nível de cortisol sobre a grávida e o seu filho. O hormônio, que gera ansiedade e depressão na mulher durante a gestação, também faz com que o bebê desenvolva desordens metabólicas e outros problemas associados ao estresse futuramente.
Segundo Eva K. Pressman, coordenadora do estudo, a suplementação com colina pode trazer bons resultados para a vida da gestante e do seu filho. A substância influencia na vida pré-natal e também reflete na vida adulta do feto.
Com a descoberta feita pelo novo estudo, é possível que a colina seja usada de forma terapêutica para combater os males do estresse sob o feto. O nutriente não tem nenhum efeito colateral e em breve pode ser receitado com a mesma relevância do ácido fólico.
Veja também: Cartilha para evitar gravidez de feto anencéfalo
Comentários fechados
Os comentários desse post foram encerrados.