Estudo revela que cérebro de idosos pode ser tão veloz quanto o de jovens

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Imagem: (Foto Divulgação)

 O envelhecimento faz com que o corpo perca celeridade e agilidade. Atletas normalmente se aposentam mais cedo do que a maior parte dos trabalhadores. No cérebro, no entanto, a história é outra. Ao contrário de músculos e articulações, o cérebro dos idosos podem se comportar como o de jovens e crianças em diversas circunstâncias, como a rapidez para tomar decisões.

“A visão antiga era de que todo o processo cognitivo decaia com a idade”, explica Roger Ratcliff, psicólogo da Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos. “Mas estamos descobrindo que não existe esse declínio uniforme. Há coisas que pessoas mais velhas podem fazer tão bem quanto os jovens”, completa.

Os especialistas sobrepuseram em voluntários de distintas idades um modelo de resolução de problemas que avalia o tempo e a exatidão das respostas. A maior parte dos modelos utilizados nesse tipo de análise atende somente um desses aspectos. “Alguns estudos sobre a velhice mostram que idosos não perdem em precisão. Outros chegam a conclusão de que eles perdem em velocidade. Nós olhamos os dois cenários juntos para conciliar os resultados”, disse Ratcliff.

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A equipe sobrepôs diversas avaliações em crianças, adultos e idosos. Em um deles, os participantes precisavam apertar teclas para falar se o número de asteriscos que aparecia em uma tela de computador era pequeno ou grande. Em outro, precisavam falar se o grupo de letras que surgia na tela formava ou não uma palavra em inglês.

O psicólogo e sua equipe estudam processos cognitivos e envelhecimento há mais de dez anos, mas foi nesse atual estudo com crianças que fez com que eles atingissem as novas conclusões. Nas análises, as crianças menores possuem período de resposta mais extensos e pouca precisão. Já as maiores e jovens respondem mais rápido e acertam mais.

Os idosos possuem nível de precisão perto ao dos jovens, porém demoram mais para rebater os problemas. De acordo com os especialistas, isso não acontece porque o cérebro processa as informações mais devagar, mas devido a uma crítica mais detalhada, que evite falhas.

“Pessoas mais velhas não querem cometer erros e isso as deixa mais lentas. Descobrimos que é difícil tirá-las desse hábito, mas é possível com a devida prática”, diz Gail McKoon, outro psicólogo da mesma universidade. Instigados a antecipar o período de resposta, os idosos definem questões tão rápido e com a mesma exatidão de jovens. “Para estas tarefas simples, de tomada de decisão velocidade e precisão está intacta mesmo até aos 85, 90 anos”, afirma McKoon.

Em outros feitios, no entanto, a velhice possui seu preço. As análises apontaram que a exatidão na memória associativa se reduz com o passar dos anos. Indivíduos mais velhos são muito menos predispostos, por exemplo, a lembrar que analisaram um par de palavras do que os jovens.

A importância do estudo é apontar que o cérebro não envelhece de maneira constante, como os demais órgãos.

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