A CEF (Caixa Econômica Federal) publicou nesta segunda-feira sua nova metodologia de crédito com diminuição dos juros nas categorias para pessoas físicas e micro e pequenas empresas. A medida acata uma exigência do Palácio do Planalto, que está aproveitando os órgãos financeiros públicos para restringir o chamado spread bancário – diferença entre a tarifa de captação dos bancos e as taxas arrecadadas dos clientes finais – e ainda incentivar o consumo doméstico.
Nesta terça-feira, a agência bancária anunciou que no cheque especial, por exemplo, o juros caiu de 67% para até 1,35% ao mês. No financiamento de automóveis, caiu para 0,98%. Nas categorias em que os juros ficaram acessíveis, a agência espera aprovar 71 bilhões de reais em empréstimos. Ainda foi divulgado o lançamento do Cartão Azul Caixa, com juros de 2,85% ao mês para os clientes que recebem pagamento na agência bancária.
As medidas alcançam 25 milhões de clientes. Com a redução, a Caixa pretende aprovar 10 bilhões de reais em créditos para pequenas empresas. No total, a agência espera aprovar 300 bilhões de reais neste ano em crédito.
O presidente da Caixa, Jorge Hereda, enfatiza que é a maior redução de juros do banco e que a estratégia ajudará o banco a ganhar mercado. “É importante ser competitivo, tanto para não perder clientes como para ganhar”, disse durante entrevista com a imprensa.
Hereda ressaltou que, na época da crise financeira mundial, a agência bancaria tinha 6% do mercado e essa quantia chegou a 12,6% no final do ano passado. “Queremos aumentar essa participação e ter a terceira maior carteira de crédito do mercado”, ressaltou.

O que este artigo aborda:
Plano de fundo
Na última semana, a presidente Dilma Rousseff já havia afirmado que o spread bancário no Brasil é “tecnicamente de difícil explicação”. Nesta situação, o Banco Central pesquisa desenvolver um ranking para divulgar as margens cobradas por cada agência bancária.
Em meio à pressão, presidentes das principais agências bancárias privadas reúnem-se novamente com o governo nesta semana e devem oferecer recomendações iniciais para abater os juros. Reunião parecida, aconteceu no fim de março, porém, de lá para cá, as pressões do governo aumentaram expressivamente.