Brasil é o primeiro da America Latina a realizar cirurgia cardiaca com robô

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(Imagem: Foto divulgação)

Uma equipe de cirurgiões do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista, fizeram nesta terça-feira (15), a primeira operação da América Latina de revascularização do miocárdio, popularmente conhecida como “ponte de safena”, completamente através de um robô.

Há pouco mais de um ano, os mesmos médicos realizaram pela primeira vez a troca de válvula cardíaca também completamente robotizada, porém menos complicada do que a revascularização.

Alvacir Percival Silveira, 49, de Joinville, Santa Catarina, foi o paciente operado. Silveira passou por um um enfarte há algum tempo e não conseguiu se recuperar a base de medicamentos. Passou a apresentar cansaço aos mínimos esforços, pois estava com uma das artérias quase inteiramente danificada. Por isso, tinha indicação cirúrgica.

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A cirurgia que evita um corte de 25 cm no peito do paciente, foi comandada pelo cirurgião Robinson Poffo, o qual manejou os braços do robô em um console distante do paciente, por meio de joysticks.

A operação durou pouco mais de cinco horas e, Silveira auferiu uma ponte de mamária – artéria que fica junta ao coração e que foi ressecada durante o procedimento.

“Primeiro incorporamos o robô para cirurgia de troca de válvula, que é mais simples. Agora subimos mais um degrau e fomos para a revascularização. É um avanço grande”, diz Poffo.

De acordo com Poffo, uma das vantagens de realizar este tipo de cirurgia é evitar abrir o peito do paciente, como acontece nas cirurgias tradicionais, as quais aumentam o risco de infecções e tornam a recuperação bem mais demorada.

Na cirurgia robótica, são realizadas quatro pequenos cortes de 1 cm ao lado esquerdo do peito, por onde passam uma microcâmera, afastadores, pinças e outros instrumentos.

O custo dessa cirurgia é cerca de 30% mais elevado do que uma tradicional, porém, de acordo com Poffo, esse custo acaba  sendo mínimo, já que o paciente fica menos tempo em UTI e tem alta mais rápido. “O custo da incorporação de novas técnicas é alto e o treinamento é longo e complexo, exige muito mais habilidade do cirurgião. Mas com o domínio da técnica, a tendência é reduzir esses valores”, avalia Poffo.

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Segundo Bernardo Tura, coordenador de ensino e pesquisa do Instituto Nacional de Cardiologia, essa tecnologia ainda deve demorar para ser utilizada em saúde pública. “Os potenciais benefícios da técnica são grandes. Mas isso exige um profissional mais preparado, um aparelho especial. Uma coisa é fazer em casos selecionados, outra é fazer de forma generalizada”, avalia.

O cirurgião Januário Manuel de Souza, do Hospital Beneficência Portuguesa, possui o mesmo conceito. “É uma técnica espetacular, mas ainda está muito longe de ser usada rotineiramente. Além do preço do robô ser um limitador, isso dependeria de uma equipe muito especializada. Talvez, à medida que ela for sendo feita, mais equipes se especializem e o preço caia”, diz.

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