Brasil comemora dia nacional do doador de órgãos e tecidos

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Para falar de saúde não é preciso um pretexto, mas quando ele existe o assunto pode ganhar ainda mais força. Dia 27 de outubro é o Dia Nacional do Doador de Órgãos e Tecidos. Também é o dia em que o Ministério da Saúde escolheu para divulgar os números a respeito deste tipo de procedimento no país.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Brasil possui um dos maiores programas públicos de transplante de órgãos e tecidos do mundo. O sistema conta com 1.376 equipes médicas e 548 estabelecimentos autorizados a realizar esse tipo de cirurgia. Segundo informações da Band, o país é destaque em transplantes de fígado, rins e córneas. Já o Sistema Nacional de Transplantes está presente em 25 estados do país, especialmente no Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo e Paraná.

O que falta?

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O problema é que embora os avanços sejam notáveis, o Brasil ainda enfrenta problemas no que diz respeito a captação e conservação dos órgãos dos doadores além de logística. Há órgãos que não oferecem muito tempo de conservação para transplante, como o caso de coração, pâncreas e pulmão, que devem ser transplantados para o novo receptor após menos de quatro horas. A concentração dos centros de transplante em grandes capitais nas regiões sul e sudeste também dificulta o tratamento já que o paciente precisa ser transferido e se deslocar.

Outro fator também muito importante diz respeito ao número de doadores. Números do Ministério da Saúde afirmam que o número de doadores efetivos cresceu 14% em um ano, atingindo assim a marca de 9,9 doadores por milhão de pessoas em 2010. Foram 1.896 doadores no ano passado contra 1.658 em 2009.

Um avanço e tanto, porém a média ainda é baixa: na Espanha, por exemplo são 35 doadores por milhão de pessoas. Isso pode acontecer seja pela falta de infraestrutura em todas as regiões do país para a retirada, conservação e transporte do órgão ou também pela recusa da família do potencial doador.

Segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) publicados pelo portal IG, metade das 1.736 famílias efetivamente entrevistadas sobre a possibilidade da doação se recusaram a efetivá-la. Essa negativa é atribuída a diversos fatores como o despreparo da equipe para abordar a família e a falta de informação sobre o que e a morte encefálica. Respostas que reforçaram a necessidade de campanhas de conscientização, capacitação, treinamento e também de dar voz a quem deseja fazer a diferença.

Informações sobre transplantes:

O que pode ser doado? Para quem está disposto a doar é importante saber de alguns detalhes: transplantes podem ser feitos de órgãos chamados sólidos (coração, fígado, rim, pulmão e pâncreas), tecidos (córneas) e células (medula óssea).

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A doação de órgãos pode ocorrer com a constatação de morte encefálica ou em vida. No caso da morte cerebral, é importante deixar clara essa vontade em vida, pois a retirada dos órgãos acontece somente com o consentimento dos familiares. Para atestar o seu desejo não é necessário ter um documento por escrito. Uma simples conversa basta e pode fazer a diferença para a vida de outra pessoa.

Já no caso de doações em vida, ela pode ser feita quando doador e receptador tiverem parentesco em até quarto grau. Já ambos não forem parentes, ela pode ser realizada com autorização judicial. É possível doar um dos rins, parte do fígado e da medula óssea.

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