Uma em cada sete mulheres tem depressão pós-parto

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Pode parecer frescura ou falta de instinto materno de algumas mulheres que após dar a luz ficam melancólicas, tristes e muito irritadas com todos, principalmente com o bebê, porém, essas reações indicam uma depressão pós-parto. Essa situação é mais grave do que muitos leigos imaginam e pode ser identificada em uma a cada sete mulheres que acabaram de dar a luz.

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Algumas mulheres sofrem com a depressão pós-parto (Foto: Divulgação)

Diferenças entre tristeza e depressão pós-parto

Essa mistura de sentimentos que resulta na depressão pós-parto acontece porque a mulher passa por algumas mudanças hormonais que acabam afetando o seu sistema nervoso central. Mas fique atento, pois é preciso saber diferenciar uma simples tristeza com uma depressão.

O médico psiquiatra e supervisor do Ambulatório de Doenças Afetivas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Frederico Navas Demétrio, explica que a tristeza depois de um parto á quase que fisiológica. “Dependendo da estatística, de 50% a 80% das mulheres apresentam certa tristeza, certa disforia e irritabilidade que têm início em geral no terceiro dia depois do parto,  dura uma semana, dez, quinze dias no máximo, e desaparece espontaneamente. Já a depressão pós-parto começa algumas semanas depois do nascimento da criança e deixa a mulher incapacitada, com dificuldade de realizar as tarefas do dia a dia”, explica o profissional da área da saúde.

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Cientistas apontam depressão pós-parto em uma a cada sete mulheres

A esse tipo de problema da alma foi estudada por cientistas da Northwestern Medicine, nos Estados Unidos, sendo que os resultados apontaram que uma em cada sete mulheres sofrem de depressão pós-parto. Além de tudo isso, também foi revelado que aproximadamente 22% das mães acompanhadas por 12 meses depois do parto, ficaram deprimidas.

Katherine L. Wisner, uma das autoras desse levantamento, explica que “nos EUA, a grande maioria das mães com depressão não são identificadas ou tratadas, embora estejam em maior risco de transtornos psiquiátricos. É um enorme problema de saúde pública. A saúde mental de uma mulher tem um efeito profundo sobre o desenvolvimento fetal, bem como desenvolvimento físico e emocional de seu filho”. A recomendação é que os médicos que acompanham a gestação de mulheres façam essa avaliação para prevenir a depressão.

Depressão pós-parto merece atenção (Foto: Divulgação)

Dinâmica do estudo sobre depressão

O estudo teve a colaboração de 10 mil mães, sendo que 1396 mulheres tiveram resultado positivo, e dessas 59,2% passaram por consultas domiciliares e 10,5% por entrevistas telefônicas. A análise mostrou que entre as grávidas que foram diagnosticadas positivamente para a depressão, 19,3% disseram que havia possibilidade de se ferir.

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Muitas dessas mulheres com depressão pós-parto grave já apresentaram em dado momento da vida depressão e transtorno de ansiedade, sendo que 30% delas tiveram depressão antes da gravidez; 40% depressão pós-parto e 30% durante a gravidez. Entre as participantes do estudo dois terços também tiveram transtorno de ansiedade.

Baixo peso da criança está ligado a depressão da mãe

O levantamento mostrou que o estresse da mãe no pré-natal e a depressão estão ligados ao baixo peso infantil, nascimento e parto prematuro. Isso tudo aumenta o risco de doença cardiovascular nos bebês. O humor dessas mulheres, é um dos fatores que aumenta o desenvolvimento da criança e amplia a taxa de apego inseguro, além de ser o responsável pela diminuição do desempenho cognitivo das crianças. Os pesquisadores concluíram que o acompanhamento médico antes (durante a gestação) e depois do nascimento da criança ajuda a combater e tratar a depressão pós-parto, porém, alguns tratamentos devem estar próximos da população para facilitar esse trabalho.

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