Teoria em vez de prática ‘prejudica’ educação nacional

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Faculdades têm currículos muito teóricos em cursos de área da educação (Foto: Divulgação)

Muita teoria e pouca prática, esse método utilizado pelas universidades pode ser uma das causas dos problemas enfrentados pelos professores no Brasil. Como ensinar não é o principal foco das universidades de licenciatura, e os profissionais dessa área, muitas vezes, chegam às salas de aula sem saber o que fazer. Atualmente, com a era digital em alta, os estudantes precisam cada vez mais de pessoas que ensinem a pensar, pois as informações podem ser encontradas na internet sem problemas.

O profissional da área da educação deve ter um repertório cada vez maior para saber expor dados para os alunos que talvez uma simples busca na internet não seja suficiente para debater aquele tema. A Fundação Carlos Chagas analisou detalhadamente os currículos de 94 faculdades de Matemática, Letras e Ciências Biológicas em todas as regiões do Brasil por dois anos e concluiu que o “modo de ensinar” está caminhando na direção “errada”.

Na faculdade de Letras, somente 5,8% das aulas focavam em “didáticas, métodos e práticas de ensino”, em Biológicas, 10% e em Matemática, 8%. O restante da carga horária do curso forma especialistas em cada área, sendo que a introdução de temas tecnológicos apareceu em apenas 0,2% dos currículos. Os dados da pesquisa, publicada em 2008, até agora não geraram mudanças sistemáticas.

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MEC verificou que falta material didático que 'ensine' a dar aulas (Foto: Divulgação)

O Ministério da Educação (MEC) também encontrou um problema ainda anterior aos currículos das faculdades: a falta de livros sobre didática. Um edital para aquisição de material aberto de 2008 a 2011 teve como resultado apenas 100 títulos aprovados, de acordo com o então ministro da Educação, Fernando Haddad. “Mundo afora, você vai ver que chega a centenas de milhares de títulos. No Brasil, se uma pessoa iluminada quiser fazer mudanças num curso de licenciatura, vai ter de forjar o próprio material”, disse tempos antes de deixar o cargo, em janeiro.

Haddad comentou que a colaboração do Governo Federal viria por meio das avaliações para professores com interesse em dar aulas na rede pública, que seria baseada em didática e acabaria incentivando a mudança nos cursos. “Hoje, 70% dos concursos públicos para admitir educadores são feito de questões jurídicas. Está mais para teste da OAB do que docência”, afirmou na época. Porém, até o momento não existe anúncio oficial da avaliação anunciada há dois anos.

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