Sem os Gadgets Eletrônicos, Jovens Sofrem de Abstinência

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É possível perceber que grande parte dos jovens de hoje vive envolta por tecnologia e também dependente dela. Seja por gosto ou por necessidade, estão sempre conectados a rede, trocando informações em redes sociais, fazendo uso frequente dos celulares e afirmando mal poder viver sem eles. E claro, junto a eles, muitos pais de olho no tempo que seus filhos passam online e reclamando dos excessos. Volta e meia é possível ouvir o termo “viciados em tecnologia” e pelo jeito o argumento não é tão exagerado.

A associação entre tecnologia e possibilidade de vício ganhou força: um estudo realizado pela Universidade de Maryland, Estados Unidos mostrou que jovens privados de computadores e smartphones experimentaram sintomas de abstinência comparáveis aos apresentados por viciados em drogas, neste caso passando a serem chamados de “Information Deprivation Disorder”, ou Distúrbio de Privação de Informação

Os resultados foram divulgados pelo jornal “The Telegraph” e repercutiram em toda a mídia, despertando mais questões a respeito de tantos avanços e também de dependência tecnológica. A sensação é de que começa cada vez mais cedo a medida em que os novos usuários já nascem praticamente conectados.

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Informações sobre o estudo:


De acordo com as informações publicadas na Folha Online, a pesquisa analisou 1.000 alunos com idades entre 17 e 23 anos de dez países. Os testes consistiu em impedí-los de usar telefones, redes sociais, internet, tocadores de música, rádio, jornais e TV pelo tempo de 24 horas. Em compensação, poderiam utilizar telefones fixos e ler livros além ainda de terem sido orientados a manter um diário a respeito da experiência. O objetivo era analisar não somente os sintomas psicológicos mas também físicos desta privação, dando continuidade a um estudo anterior finalizado em 2010 chamado Without Media (Sem Mídia, em inglês).

Principais resultados do estudo:

Segundo os resultados apresentados pelos pesquisadores e publicados pela Folha Online , 79 % dos estudantes relataram reações adversas desde desconforto até a sensação de isolamento, confusão e ansiedade.

Alguns comportamentos chamaram a atenção, como por exemplo sintomas com coceira, que se mostra familiar para viciados em drogas em tratamento. Outros ainda apresentaram sintomas semelhantes a bulimia: no distúrbio alimentar, o paciente ingere grandes quantidades de alimento de forma compulsiva e depois induzir o vômito ou ainda fazer uso de laxantes e diuréticos. Contextualizados a situação de teste, os estudantes eles se privaram destes equipamentos para que em outro momento pudessem acessá-los por horas.

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Entre os entrevistados 11% deles relataram sensação de confusão ou fracasso. A angústia foi relatada por 19% enquanto 11% reclamaram de isolamento. Outros 21% afirmaram sentir benefícios pelo tempo passado sem o uso dos aparelhos.

Já outros detalhes interessantes foram divulgados por matéria do The Telegraphic: Analisando os relatos diários, descobriram que incialmente a maioria teve de lutar contra os sintomas abstinentes, porém a medida em que se acostumavam, acabavam descobrindo mecanismos de enfrentamento para entreter-se.

O silencio foi considerado embaraçoso para alguns dos entrevistados, algo a ser considerado uma novidade. Porém a medida que se habituavam a tal, puderam aumentar a percepção do que estava ao seu redor, como o canto dos pássaros, ou ouvir o que seus vizinhos estavam fazendo ou conversando. Já mais acostumados ou resignados a ideia, alguns enfrentaram a impossibilidade de sentar-se em frente ao computador e saíram para caminhar ou visitar amigos.

A expectativa é de que os resultados possam ajudar cientistas a entender os efeitos dos avanços tecnológicos no cotidiano e desenvolver métodos para lidar com o tema.

Fontes:

– Terra: Desistir de Tecnologia é como largar drogas, diz estudo.

– Folha: Jovens privados de laptops e celulares sofrem crise de abstinência

The Telegraph: Facebook generation suffer information withdrawal syndrome

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