Segundo estudo mais da metade dos casos de câncer podem ser evitados

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No Brasil, segundo avaliação do Inca ocorrerão cerca de 520.000 ocorrências de câncer neste ano.

Mais de 50%  de todos os tumores poderiam ser evitado. É o que revela uma pesquisa anunciada na revista Science Translational Medicine, nesta quarta-feira. Para que a redução ocorra, segundo o levantamento, é importante seguir estilos de vida mais saudáveis, fundamentados nos conhecimentos já vistos sobre como prevenir a enfermidade.

O tabagismo, por exemplo, é culpado por um terço de todos as ocorrências de câncer nos Estados Unidos e até três quartos das ocorrências de câncer de pulmão no país. E, embora saibam dos riscos envolvidos no ato de fumar, os indivíduos sustentam o hábito, o qual pode acarretar à doença.

Levantamentos já comprovaram que muitos outros tipos de câncer ainda podem ser prevenidos com estratégias muito simples. O HPV e a hepatite, que podem ocasionar câncer de colo do útero e de fígado, simultaneamente, podem ser evitados com vacinas. O câncer de pele, um dos mais comuns pode ser evitado com o uso de protetores solares ou basicamente observando os horários corretos para ser expor ao sol.

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“A sociedade deve reconhecer a necessidade destas mudanças e levá-las a sério na tentativa de desenvolver hábitos mais saudáveis“, afirmaram os especialistas. “É hora de começarmos a aplicar o que sabemos”, disse a coordenadora do artigo, Graham Colditz, epidemiologista do Centro Oncológico Siteman da Universidade de Washington em St. Louis, Missouri.

Pesquisas destacam que o câncer pode ser prevenido com estratégias relativamente simples.

Atividades físicas, comer alimentos saudáveis e não fumar são hábitos fundamentais para prevenir quase metade das 577.000 mortes acarretadas pelo câncer nos EUA esperados para este ano. No Brasil, segundo avaliação do Inca (Instituto Nacional do Câncer) ocorrerão 520.000 ocorrências em 2012.

No entanto, os especialistas separaram uma série de empecilhos para as alterações de hábito em uma sociedade na qual, de acordo com avaliações, foram examinados mais de 1,6 milhão de casos de câncer este ano. Entre as limitações, separaram a descrença de que o câncer pode ser prevenido e o costume de intervir muito tarde para combater ou prevenir um tumor maligno já desenvolvido.

Além disso, a maioria dos estudos sobre a doença é focado no tratamento em vez da prevenção, e tende a apresentar uma visão de curto prazo em vez de um abordagem de longo prazo.  “Os seres humanos são impacientes e esta característica humana, em si, é um obstáculo para a prevenção do câncer”, ressaltou o estudo. As grandes diferenças de renda entre as classes sociais e altas e as baixas, que fazem com que os mais carentes fiquem mais expostos a fatores de risco do que os ricos, dificulta ainda mais o cenário.

“Assim como nos outros países, a estratificação social nos Estados Unidos exacerba as diferenças de estilo de vida, como o acesso a cuidados de saúde, a prevenção especial e os serviços de detecção precoce”, ressaltou a pesquisa. “As mamografias, os exames de cólon, o apoio para a dieta e a nutrição, os recursos para parar de fumar e os mecanismos de proteção solar simplesmente estão menos disponíveis para os pobres”, acrescentaram os especialistas.

O especialista destacou o sucesso de alguns métodos, como o que auxiliou a reduzir rapidamente a gordura trans dos alimentos nos EUA, e o declínio no número de fumantes após a entrada de leis que limitaram o consumo de tabaco. No Brasil, foi registrado acontecimento semelhante, já que o número de indivíduos que fumam dois ou mais maços de cigarro ao dia na capital paulista desabou 31% entre 2009 e 2010 depois que a lei antifumo entrou em vigor.

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