Reserva de Vagas nas Universidades Públicas

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A época dos vestibulares das Universidades Públicas ainda está um pouco longe, mas o tema sobre as reservas de vagas que são estabelecidas pelo governo são um debate constante tanto no meio estudantil quanto no Congresso Nacional.

O Brasil realizou uma proeza sem igual, ao conseguir que em 30 anos a educação pública fosse sendo paulatinamente deteriorada. Falta investimento em escolas de ensino fundamental e médio, não existe espaço físico para comportar a demanda por alunos que não tem condições de pagar por um estudo particular, nas escolas que existem salas em condições de uso, muitas vezes faltam carteiras, livros, computadores.

Ou seja, a infraestrutura básica para que o professor possa ministrar suas aulas. Sem contar que o trabalho que o professor  tem antes e após as aulas, como a preparação de conteúdo, correção de provas e trabalhos, não são condizentes com os valores irrisórios das hora-aulas. E aqui aplica-se o princípio básico da administração: funcionário mal pago é funcionário infeliz, funcionário infeliz não apresenta os resultados que poderia ou deveria, a falta de resultados faz com que o cliente procure outra empresa para comprar os serviços.

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No nosso caso, que é o ensino público, o funcionário é o professor e o cliente, o aluno. E como aluno que estuda em escola pública, via de regra, não tem dinheiro para bancar um ensino particular, o resultado é a falta de interesse por aprender.

O cenário é triste. O governo não enxerga, ou não quer ver, que uma educação de qualidade é a chave para um país desenvolvido economicamente e com menores índices de criminalidade. Pois fornecendo educação, é oferecido uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional e a pessoa passa a ter outra alternativa.

E o que tudo isso tem a ver com a Reserva de Vagas nas Universidades Públicas? Simples. Mais uma vez na história deste país, o governo está dando o peixe ao invés de forncer meios para que o cidadão possa pescá-lo. Por um acaso alguém ainda acredita que negros, deficientes físicos ou frequentadores de escola pública sejam menos inteligentes do que brancos (azuis, amarelos, cor-de-rosas, etc.),  pessoas sem deficiência ou alunos de escolas particulares? Não, isso não tem nada a ver. São apenas características que não influem em nada na capacidade de aprendizagem de nós, seres humanos.

Ao invés de criar uma sociedade sem preconceitos, as cotas que tantos comemoram acabam incentivar a segregação. Toda a vez que um negro, um deficiente físico e um aluno de escola pública passar por um não cotista nos corredores da universidade, o pensamento deste último será sempre “só está aqui por causa de cota”.

Não estaria isso muito errado? Não está na hora de acabar com os rótulos? Todos nós somos inteligentes e capazes. Não adianta o governo querer tapar o sol com a peneira. Não adianta criar cotas sob a falsa pretensão de igualdade nas oportunidades acadêmicas. O que é necessário não é uma discussão sobre as reservas de vagas (termo politicamente correto para cotas!), mas sim uma séria discussão e muitas marchas, protestos e manifestações exigindo que a educação de base seja de qualidade. Exigir livros que não tenham erros de português, ao invés de cartilhas ensinando que falar errado é o certo, exigir escolas decentes, ao invés de aceitar que não existem salas de aula, exigir melhor remuneração para professor e incentiva-lo a renovar seus conhecimentos.

É disso que o Brasil precisa, de cidadãos conscientes que lutem pelos seus direitos (que são pagos com os impostos exorbitantes). Mas como gerar essa consciência quando nem escola e nem professores estão preparados para criá-la? (E o ciclo começa outra vez…)

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