Relembre o Massacre no Carandiru

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O Massacre no Carandiru ocorreu no dia 02 de outubro de 1992, no dia em que uma grande rebelião estourou no complexo penitenciário de São Paulo. O episódio causou a morte de mais de 100 detentos.

O Massacre no Carandiru matou 111 presos. (Foto:Divulgação)

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A origem do Massacre

A rebelião no Carandiru começou após uma briga entre os presos rivais do Pavilhão 9. A Polícia Militar foi chamada para conter os detentos, mas acabou realizando uma verdadeira chacina.

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Os policiais que tentaram conter a rebelião eram comandados pelo coronel Ubiratan Guimarães. De acordo com os sobreviventes do massacre, os oficiais continuaram atirando em detentos que já tinham se rendido ou estavam se escondendo na cela.

Sessenta e oito policiais se envolveram no massacre do Carandiru, mas nenhum deles morreu. Com o fim dos disparos, os presos sobreviventes foram rendidos e obrigados a tirar as roupas. Nus, eles recolheram os corpos dos mortos. Dos detentos executados, 85% foram atingidos ou na cabeça ou no pescoço.

Coronel Ubiratan Guimarães. (Foto:Divulgação)

Na época em que aconteceu o massacre, o Carandiru era formado por sete pavilhões de cinco andares cada um. Dos 7.257 detentos que cumpriam pena na casa de detenção, 2.706 estavam presos no Pavilhão 9, onde aconteceu a chacina.

O Massacre do Carandiru causou a indignação dos detentos, que pouco tempo depois resolveram criar a facção criminosa chamada ‘Primeiro Comando da Capital’ (PCC). Em 2002, o complexo presidiário foi demolido. No local, o Governo resolveu construir um Parque da Juventude.

O julgamento dos culpados

Em junho de 2001, o coronel Ubiratan Guimarães foi condenado a 632 anos de prisão pela morte de 111 detentos. Mesmo com a condenação, no ano seguinte ele foi eleito deputado estadual. Em fevereiro de 2006, os desembargadores anularam a pena e inocentaram Ubiratan.

Massacre na casa de detenção foi considerado uma verdadeira chacina. (Foto:Divulgação)

Meses depois de ter sido inocentado, Ubiratan Guimarães foi assassinado a tiros em seu apartamento. O caso até hoje ainda não foi esclarecido. A namorada do coronel chegou a ser acusada pelo homicídio, mas acabou sendo absolvida por falta de provas.

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Em abril de 2013, mais de 20 anos após a chacina, o Massacre do Carandiru voltou a ser julgado. O processo tem 79 acusados, sendo que 26 vão a júri. Mesmo com muitas provas desaparecidas, o tribunal considerou que os detentos foram executados e não morreram em confronto com os PMs.

Ao final do julgamento, 23 policiais foram condenados a 156 anos de prisão pelas mortes no Carandiru em 1992. Três dos 26 réus foram absolvidos.

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