Programa dará bolsas de estudo para atrair estudantes de engenharia

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Programas de monitoria e projetos de pesquisa podem ser a saída para reduzir os elevados números de saída dos cursos de engenharia do Brasil. Essa é a opinião da equipe de trabalho comandado pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) que ilustrou um plano nacional para impulsionar a área. Atualmente, somente a metade dos estudantes que começam as graduações em engenharia completa o curso.

As táticas esquemadas pela Capes incluem parcerias com companhias privadas; capacitação de professores, atualização de currículos e planos para atrair jovens para a carreira e, sobretudo, ações de combate a saída. “Não precisamos de instalações novas ou de professores. Precisamos é manter esses estudantes na universidade”, explica o presidente da Capes, Jorge Guimarães.

Para isso, a Capes aposta em designar bolsas de estudo para estudantes de pós-graduação operarem como monitores na graduação para os próprios universitarios em planos de pesquisa e também em universidades de ensino superior públicas e privadas. E mais,  a Capes quer que as companhias disponibilizem cursos práticos aos alunos para estes já terem uma noção do trabalho, e visitas conduzidas a obras e fábrias, além de proporcionar financiamento e mais bolsas a alunos “notáveis” de universidades privadas.

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A finalidade é ponderar o que seriam as causadas de saída nas engenharias segundo o diagnóstico realizado pela Capes da área: as falhas no ensino de matemática e ciência que decorrem do ensino médio a dedicação ordenada durante a graduação. “O despreparo dos estudantes do ensino médio afeta o desempenho deles nos primeiros anos do curso, que ainda é difícil e exige muita dedicação do aluno”, diz o presidente da Capes.

Felipe Berquó, de 22 anos, que está prestes a se formar em engenharia civil, defende que as matérias devem ser mais contextualizadas na aplicação dos conteúdos teóricos na engenharia. Já Eduardo Freitas, de 20 anos, entende que o currículo poderia ser mais enxuto com menos matérias obrigatórias e mais opcionais.

Segundo os estudantes, os alunos que desistiram de trabalhar não foi por falta de oportunidades . “É muito difícil conciliar o estágio e os estudos. A maioria não se forma em cinco anos também por isso”, afirma Mariana de Oliveira de 21 anos.

De acordo com o presidente da Capes, a entrada precoce de estudantes no mercado de trabalho também colabora para elevar os números de abandono dos cursos. “Muitos alunos estão sendo tirados das universidades cedo por causa da demanda”, afirma. Ainda segundo ele, é preciso investir na educação básica.

O programa que está “praticamente definido”, de acordo com o presidente, ainda precisa do apoio dos ministros da Educação, Fernando Haddad, e da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Pelas somas do grupo de trabalho, se todas as táticas fossem abraçadas, poderiam aumentar em 60% o número de engenheiros formados no Brasil em cinco anos, chegando a 77 mil profissionais.

Guimarães reconhece que não tem tido “tempo suficiente” para cuidar do programa, pois, tem se dedicado muito ao Ciência Sem Fronteiras, projeto que presume a doação de bolsas de estudo no exterior. “Mas estamos discutindo parcerias com as dez melhores instituições dos Estados Unidos em engenharia para promover intercâmbios entre nossos estudantes”, conta.

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