Nessa quarta feira, o Banco Central divulgou informações mostrando que o ingresso de dólares na economia brasileira caiu 47,3%. No ano passado, de janeiro a março, a entrada de dólares havia somado US$ 35,59 bilhões. Nesse ano de 2012, no mesmo período do ano passado, ela foi de US$ 18,72 bilhões. Ainda em 2012, apenas no mês de janeiro o ingresso de divisas somou US$ 7,28 bilhões, em fevereiro 5,7 bilhões, e no mês de março foi de 5,74 bilhões. Como é possível perceber, a entrada de divisas ficou praticamente parada de fevereiro para março. O governo vem tomando medidas para conter a enxurrada de dólares e no mês passado chegou a fazer um pronunciamento a respeito da contenção.
O ingresso de dólares no Brasil
– A entrada de divisas no país está relacionada às captações de recursos no exterior, efetuadas por empresas brasileiras. Essas operações somam mais de US$18 bilhões;
– Existe a possibilidade de mais divisas entrarem no Brasil, pois há um cenário de elevada liquidez global, com o Banco Central Europeu injetando recursos nos mercados;
– A economia brasileira está em crescimento evidente, porém temos as maiores taxas reais de juros do planeta.
Como conter a entrada de dólares
No início do mês de março, o Ministério da Fazenda ampliou o prazo de incidência do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) de 6%, para empréstimos buscados no exterior por empresas, de dois para três anos. Um tempo depois, o prazo de incidência do IOF majorado subiu para 5 anos.
Para os exportadores que desejam receber antecipadamente pelas vendas externas, pelo pagamento antecipado (PA), foi definido que devem realizar o envio dos produtos ao exterior em 360 dias. Até pouco tempo não havia um prazo estipulado para o envio.
Outro fato que ajudou na diminuição do ingresso de dólares no Brasil foi a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de baixar os juros de 10,5% para 9,75% ao ano.
Em relação à cotação do dólar nesse período
A entrada de recursos no país, como ocorreu em março, favorece a queda do dólar. Com mais moedas americanas no mercado, o preço tende a diminuir. Porém, em março o dólar apresentou 6% de alta. Nesse período foi cotado a R$1,82 contra R$ 1,74 no fim de fevereiro. O que levou o dólar a não cair foram as compras de divisas efetuadas pelas autoridades monetárias. Apenas no mês de março foram obtidos US$ 3 bilhões no mercado à vista e US$ 7 bilhões no mercado a termo pelo Banco Central. Até mesmo o anúncio feito pelo governo no mês passado, visando diminuir a entrada de dólares, pode ter influenciado na alta da moeda.
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