Uma análise de 28 levantamentos, aponta que os médicos deveriam medir a pressão arterial nos dois braços do paciente – e não somente em um, como acontece na maior parte das clínicas. Isso porque medidas distintas de pressão entre os braços direito e esquerdo podem advertir um risco majorado de doença vascular periférica. A análise foi administrada pelo Dr. Christopher Clark, da Universidade Exeter na Grã-Bretanha, e publicada na versão online da revista The Lancet.
Essa prática já tinha sido apontada nos procedimentos de hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia – o último atualização foi divulgado em 2010. A norma recomenda que na primeira consulta os especialistas examinem a pressão nas quatro partes do indivíduo: nos dois braços e nas suas pernas. Porém, isso nem sempre ocorre.
A análise dos levantamentos apontou que uma alteração de pressão sistólica superior à 15 milímetros de mercúrio (mm Hg), entre ambos os braços, está ligada ao maior risco de apresentar uma das artérias parcialmente obstruída. Seria a ocorrência, por exemplo, de uma pessoa apresentar a pressão arterial 12 por 8 (120 mm Hg por 80 mm Hg) em um dos braços e 14 por 8 (140 mm Hg por 80 mm Hg) no outro. A diferença de 140 para 120 que é de 20, representa que a pessoa deveria ser orientada a realizar análises mais específicas.
No Brasil, o regulamento recomenda uma verificação mais aprofundada somente nos casos em que a medição da pressão proporcionar uma diferença acima de 20 mm Hg entre os dois braços. “Um dos pontos mais importantes desse estudo é que a diferença de pressão entre os dois braços considerada perigosa é de 15, enquanto aqui no Brasil o valor é 20. Talvez a gente tenha de rever as diretrizes e também baixar esse número”, adverte o cardiologista Luiz Aparecido Bortolotto, diretor da Unidade Clínica de Hipertensão do InCor.
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