Por Baixo do Pano

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Entende-se por lingerie, as peças e acessórios usados pelas mulheres por baixo das suas roupas, por isso dá-se também o nome de roupas de baixo. São as calcinhas, sutiãs, espartilhos, cintas-ligas, e várias outras peças. Mas a lingerie sofreu mudanças significativas ao longo de sua existência. Vamos relembrar?

Voltando lá atrás na história, no Egito e em Roma, por volta do terceiro milênio antes de Cristo, há registros de que, nessa época, as mulheres já usavam a lingerie. Para os egípcios, usar roupas era símbolo de status, e só as mulheres da nata podiam usar túnicas como roupas de baixo. Essas túnicas começavam logo abaixo do busto e se estendiam até os tornozelos, e possuíam alças como suporte nos ombros. Os escravos e servos não usavam roupas de qualquer tipo.

Na Grécia antiga, mulheres foram caracterizadas em estátuas usando bandagens ao redor dos ombros e busto. Já as romanas tiveram a moda grega por influência. Eram vistas usando bandagens largas de linho ao redor da cintura e lombar, conhecidos por cestus, que derivou do zoné da Grécia.

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Pulando para a época Medieval, em que as mulheres da nobreza vestiam roupas de baixo de linho sob um vestido que ficava sob outro vestido, este último ficava protegido dos corpos sujos por falta de banho e criava uma camada a mais para mantê-las aquecidas. Aqui, surgiram os antepassados do espartilho, conhecidos como cota e bliaud. O primeiro era uma túnica com cordões, o segundo simulava um corpete e era amarrado atrás, apertando o busto e costurado à saia. Ao fim da Idade Média, por volta do século XV, as mulheres da nobreza adotaram um largo cinto vestido sob o busto que sustentavam e avolumavam os seios.

Ao longo dos séculos, o espartilho sofreu modificações, deixando as mulheres cada vez mais desconfortáveis ao usá-lo. Elas tinham dificuldade de respirar, pois eles apertavam e afinavam a cintura, chegando a deformá-las e a prejudicar seus órgãos internos. Havia espartilho com hastes de madeira ou marfim e metal, chegando a pesar quase 1kg.

O século XVIII chegou e com ele as mulheres puderam respirar com alívio. Os espartilhos que possuíam hastes de madeira ou metal tiveram uma substituição por barbatanas de baleia. A modelagem também sofreu alteração, aumentou-se o decote e, com a base do busto comprimida, os seios se tornaram o foco. Em meados de 1770, houve uma revolução afim de exterminar o espartilho do vestuários feminino, que incluía alguns médicos, filósofos e até escritores. Mas o espartilho durou mais um pouco, sofreu mais algumas mudanças, se adaptou ao novo cotidiano da mulher se tornando mais flexível.

Em 1900, Paul Poiret e Madeleine Vionnet criaram uma silhueta mais natural para a mulher. O primeiro sutiã foi desenhado e patenteado por Mary Phelps Jacob, em 1913. Era época da Primeira Guerra Mundial, e isso fez com que as mulheres fossem trabalhar nas fábricas. E para isso, era preciso muita mobilidade, fazendo com que o espartilho fosse substituído pela cinta.

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Os anos 1920 foram como um refresco para a mulherada. Sem o uso do espartilho rígido, a sua movimentação aumentou deveras. Aqui também foram incorporadas outras roupas íntimas como cintas, saiotes, calcinhas, combinações e os espartilhos que era bem mais flexíveis. As cores foram trazidas para essas peças também.

A invenção do látex, um elástico extremamente fino, ocorreu em 1930. Com a tecnologia avançando, a roupa íntima começou a ser fabricada nas mais diversas modelagens e tipos de corpo, afinal, não somos todas iguais. Mais tarde, em 1938, veio o nylon, porém, com o inicio da Segunda Guerra, esse material foi retirado da área de roupa íntima e levado para fabricar pára-quedas.

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A Segunda Guerra chega ao fim, e o New Look de Christian Dior, que foi lançado em 1947, traz de volta a elegância e o volume para o vestuário feminino. Tomando como base o New Look, novas mudanças foram feitas na lingerie. O busto era bem delineado e a cintura super marcada e definida. Eis que surgem os sutiãs que empinavam os seios e as cintas modeladoras que escondiam a barriga dando forma à cintura.

No inicio da década de 1960, a Lycra foi lançada e fez o maior sucesso, sua função era a de não restringir os movimentos. Mais uma vez a lingerie sofreu alterações, mas manteve seus sutiãs estruturados.

No final da década de 1970 e inicio de 1980, a cinta-liga, meias 7/8 e alguns modelos de corseletes tiveram um revival.

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A partir dos anos 1990 até hoje, mais mudanças foram feitas à lingerie, pois ela continua seguindo a moda. A tecnologia também proporciona inovações aplicada a tecidos diferentes, concedendo à nós um leque vasto de opções para todos os gostos.

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