Perfil da doméstica brasileira muda nos últimos anos

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As empregadas estão mais instruidas (Foto: Divulgação)

Essa sexta-feira (27) comemora-se o Dia do Trabalhador Doméstico. Atualmente a empregada doméstica do país mudou de perfil, sendo mais velha, com maior tempo de estudo e mais oportunidades de trabalho. De 2009 para 2011, a quantidade de trabalhadores domésticos caiu de 1.652.000 para 1.554.000 nas seis regiões metropolitanas que participaram da pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ou seja, o Brasil tem pelo menos 98 mil empregados desse setor, a menos nas casas de família.

O desenvolvimento econômico sofrido pelos brasileiros nos últimos anos e o aumento no nível da educação nacional, onde existem mais possibilidades de ter acesso a escolas básicas e até universidades, principalmente entre os jovens e as mulheres, interferiu diretamente na oferta de mão de obra nesse setor.

Com outras oportunidades sendo abertas na área de prestação de serviço, como por exemplo, garçonete, cozinheira, recepcionista, entre outras vagas, as mulheres mais jovens, com estudo, passaram a migrar. As ex-domésticas preferem a carteira assinada, que podem contar em setores como o comercial. Isso garante para elas direito a aposentadoria, além de ter uma hora de trabalho definida, coisa que nem sempre acontece quando se trabalha em casa de família.

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O trabalho doméstico tem se tornando, a cada dia, uma profissão de mulheres mais velhas, de acordo com um estudo comparativo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Em 2009, a maioria delas (69%) tinha de 30 a 59 anos e apenas 22,2% eram moças de 18 a 29 anos. Em 1999, a faixa de idade dos 18 aos 29 anos respondia por 33,9% do total de trabalhadoras, enquanto 53,4% tinham entre 30 e 59 anos.

As mulheres são maioria entre as domésticas (Foto: Divulgação)

De fato, o público feminino é maioria no setor de serviços domésticos. Segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2009, do total de 7,2 milhões de cidadãos ocupados em serviços para famílias ou particulares (como motorista e acompanhante de idosos), 93% são mulheres.

As domésticas também estão mais instruídas. Em 2009, a média foi de 6,1 anos de estudo contra os 4,7 anos registrados em 1999. Com isso, passaram a lutar por direitos como o 13° e licença-maternidade de 120 dias, instituídos pela Constituição Federal de 1988, mas só passou a atender esse público nos anos 2000 acrescentaram férias de 30 dias, estabilidade para gestantes, direito aos feriados civis e religiosos e a proibição de descontos de moradia, alimentação e produtos de higiene pessoal utilizados no local de trabalho.

No entanto, nenhum direito é assegurado se a doméstica não trabalhar com a carteira assinada, o que ainda é pouco comum no trabalho doméstico. Hoje, a cada 100 trabalhadores domésticos, 73 exercem a função sem carteira assinada, segundo pesquisa do IBGE.

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