Parar de fumar é mais complexo para pessoas que não realizam atividades de lazer e inclusive para quem não teve ainda doenças associadas ao tabaco. Esses foram os principais fatores associados a falhas nas tentativas de largar o cigarro ressaltados por uma pesquisa realizada pela Unicamp (da Universidade Estadual de Campinas), publicado na última edição no científico São Paulo Medical Journal.
O estudo ainda recomendou que os grupos de apoio contra o tabagismo precisam descobrir táticas características para trabalhar a questão com o público que atendem, levando em conta fatores como sexo, idade e nível de instrução. O estudo acompanhou, durante seis meses, cerca de 90 dependentes em processo de largar o fumo, dos quais 31 foram bem-sucedidos.
“A importância de conhecermos as principais dificuldades é que, quando atendemos um paciente que tem essas características, temos de saber que devemos tomar um cuidado especial”, pondera a psiquiatra Renata Cruz Soares de Azevedo, professora da Unicamp e uma das autoras da pesquisa. Ela enfatiza que existem poucos estudos que abordem sobre o não funciona no tratamento do tabagismo.
Aqueles que possuem costumes de se exercitar, ler, assistir filme tem mais facilidade para desenvolver essas atividades para esquecer o fumo. Elas estavam presentes na vida de 71% das pessoas que bateram o vício na pesquisa. Essa é a relação, afirma a especialista, que esclarece o porquê de falta de lazer atrapalhar tanto no processo. “As pessoas fumam ao menos 20 vezes por dia, e isso ocupa um espaço muito grande. Quando param, têm de preencher o ritual de alguma forma”.
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