Todos sabemos a situação deplorável em que se encontra o sistema educacional brasileiro. Infelizmente, em nosso país, o investimento no preparo de cidadãos é pífio. Tornou-se algo comum ver escolas destruídas, professores desvalorizados e desanimados, alunos desinteressados e outros problemas mais. A educação no Brasil é algo que está ficando cada vez mais em último plano. Em contrapartida, discursos políticos calorosos clamam a necessidade e o compromisso em realizar mudanças radicais no sistema educacional do país. Contudo, quase nada se observa e a falta de motivação, por parte de todos, é cada vez maior.
Dentre os investimentos necessários ao funcionamento efetivo da máquina educacional, aquele que deveria ser talvez o mais importante diz respeito ao salário dos professores brasileiros. Um profissional da educação, no Brasil, deve passar por anos de estudo e preparo, até que esteja apto a lecionar. Quando, finalmente, consegue exercer a carreira (que deveria ser considerada a mais bela e importante de todas), depara-se com uma rotina extremamente desgastante, que o obriga a trabalhar fora e dentro de casa, em troca de um salário nada animador. Em sala de aula, comumente é desrespeitado. A falta de recursos, muitas vezes, obriga o professor a investir em materiais pagos com o dinheiro de seu próprio bolso. É praticamente impossível citar todos os percalços pelos quais passa um educador, no Brasil. Este, que deveria ser o profissional mais valorizado, é o mais fiel retrato do descaso político com a educação brasileira.
O professor brasileiro
Tudo isso é reflexo do desinteresse governamental em investir na educação. No Brasil, apenas os que amam a profissão ou que realmente necessitam dela insistem em continuar. O professor brasileiro é um guerreiro incansável, com pouco dinheiro no bolso e uma responsabilidade enorme nas mãos. O sistema educacional brasileiro acaba obrigando profissionais a seguirem outras carreiras, como forma de se obter um salário mais digno e suficiente às suas reais necessidades.
Enquanto isso, em outros países, as coisas são bem diferentes. Povos desenvolvidos, inteligentes e compromissados com a cidadania e o sucesso de seu país sabem muito bem que o começo de tudo se dá com a educação. Para que esta seja satisfatória, os incentivos à formação de seus profissionais estão em primeiro lugar. Há países que valorizam seus professores, mais do que qualquer outra coisa; por isso, investem em bons salários para eles.
Salários de professores em países desenvolvidos
A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgou os salários anuais dos professores, em diversos países. Nestes lugares, os profissionais da educação são realmente incentivados pelo governo. Confira a lista dos países que mais valorizam o professor, com seus salários anuais (em dólares), em ordem decrescente.
Luxemburgo: US$ 101 mil
Suíça: US$ 65 mil
Alemanha: US$ 60 mil
Holanda: US$ 55 mil
Espanha: US$ 49 mil
Irlanda: US$ 49 mil
Coreia do Sul: US$ 48 mil
Canadá: US$ 48 mil
Dinamarca: US$ 47 mil
Áustria: US$ 46 mil
Brasil: US$ 16,3 mil
Dividindo-se os valores por 12 meses, tem-se uma noção do quanto a diferença entre o salário do professor brasileiro e o dos outros países da lista é gritante. Para um educador do Brasil, dados como estes despertam sentimentos extremamente desanimadores e revoltantes. Quem sabe, um dia, os governantes decidam lançar um olhar compromissado com o sistema educacional do país e assumam como meta a boa formação dos cidadãos que o habitam.
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