Novo método atenua em até 37% as dores de enxaqueca crônica

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A análise foi realizada por profissionais Universidade de Michigan, EUA, coordenada pelo brasileiro Alexandre da Silva.

Uma análise que usou estimulação elétrica do cérebro para tratar pacientes com enxaqueca crônica apontou que os sinais da condição foram expressivamente reduzidos após quatro semanas de tratamento. O procedimento foi direcionado ao córtex motor, uma região do cérebro ligada às atividades motoras espontâneas. A análise foi realizada por profissionais Universidade de Michigan, EUA, coordenada pelo brasileiro Alexandre da Silva e divulgada na última semana na revista The Journal of Head and Face Pain.

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Análises anteriores já haviam confirmado que a estimulação do córtex motor pode atenuar a dor importunada pela enxaqueca crônica. No entanto, essa nova pesquisa é a primeira a demonstrar que a  ETCC (Estimulação Tanscraniana por Corrente Contínua), um procedimento não agressivo que incita o cérebro e é usado para analisar aspectos cognitivos da mente, pode ajudar pacientes que sofrem do problema há muito tempo e são resistentes aos tratamentos corriqueiros.

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Para a análise foram reunidos 13 pacientes com a enxaqueca crônica e que sofriam do problema havia pelo menos vinte anos. Eles realizaram sessões de vinte minutos de ETCC, durante quatro semanas. Após este intervalo foi notado uma redução de 37% na intensidade das dores. De acordo com o coordenador da pesquisa, Alexandre da Silva, as decorrências do procedimento foram acumulativas, indicando que sessões repetidas são indispensáveis para reverter as alterações no cérebro acarretadas pela enxaqueca crônica.

A estimulação do córtex motor pode atenuar a dor importunada pela enxaqueca crônica.

“A publicação foi um estudo preliminar, por isso o número ainda pequeno de participantes. Porém os resultados foram estatisticamente significantes”, disse Alexandre. Comprovada a eficiência no procedimento, os especialistas buscaram entender de que modo ele age em diversas regiões do cérebro. Para isso, com o auxílio de eletrodos, seguiram a corrente elétrica cerebral durante a aplicação do procedimento. Foi notado que a estimulação não só abordava a região do córtex, mas também as regiões mais profundas do cérebro associadas à dor.

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“Descobrimos que a dor associada às regiões mais profundas do cérebro pode também ser alvo dessa nova abordagem”, afirmou Alexandre. De acordo com o especialista, ainda que as implicações da pesquisa sejam animadores, há um longo trajeto até a aplicação laboratorial desse procedimento. “Com mais pesquisas, a ETCC pode se tornar, no futuro, uma terapia adicional para a enxaqueca crônica e outros problemas de dor crônica“, completou.

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