Traficante Nem conta que metade de seu lucro era para subornar policiais

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(Imagem: Foto divulgação)

Numa extensa declaração na sede da Polícia Federal no amanhecer da última quinta-feira (10), escoltado por um grupo de policiais, o chefe do tráfico da Rocinha, Antônio Bonfim Lopes, o Nem, capturado na quarta-feira, divulgou que metade de todo seu lucro com a comercialização de drogas era dado a policiais civis e militares. A quantia era entregue a vários agentes públicos.

Ainda segundo o depoimento, Nem disse que, devido às diversas chantagens, em algumas ocasiões seu lucro era zero. De acordo com alguns balanços da Polícia Civil, o traficante faturava mais de R$ 100 milhões por ano.

José Mariano Beltrame, secretário de Segurança, afirmou em entrevista que espera que o bandido divulgue tudo o que sabe, por conhecer “a arquitetura do tráfico de drogas e como são os meandros da corrupção”.

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“Ele tem uma prestação de contas muito séria e importante a fazer à sociedade fluminense. Ele tem que prestar contas sobre a corrupção de agentes públicos. Eu acho que isso faria com que fosse dado um passo importante no combate à criminalidade” afirmou Beltrame.

Nem, também contou em sua declaração que parte de seu faturamento com as drogas era gasto com fornecimento de cestas básicas, funerais, realização de obras e compra de remédios. “Quando me pediam, eu comprava tijolos e financiava a construção de casas na comunidade”, disse.

O delegado Victor Hugo Poupel, advertiu que as informações cruzadas pelo traficante serão averiguadas. E mais, afirmou que outras capturas podem ocorrer ao longo da semana e que a PF tem escoltado a movimentação dos bandidos do Rio, sobretudo, os da Rocinha.

“Nossos policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) estão monitorando a movimentação de bandidos que porventura tentem fugir da Favela da Rocinha. Estamos trabalhando intensamente, com apoio da Secretaria de Segurança, numa troca constante de dados de inteligência”, afirmou Poubel.

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