Mulheres que trabalham à noite tendem a engordar, diz pesquisa

Especialistas da Unicamp (Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas) desvendaram que os hormônios que regulam o apetite, operam de maneira desregulada em mulheres que trabalham à noite, fazendo com que elas ganhem peso por modificar o modelo do apetite dessas mulheres.

A análise, que foi publicada na semana passada, foi feita pela fisioterapeuta Daniela Schiavo, sob as supervisões do endocrinologista Bruno Geloneze. O estudo confrontou as estruturas do apetite e da saciedade de 12 funcionárias que trabalhavam na seção limpeza durante o dia e 12 que trabalhavam no período da noite, na faixa entre 25 e 45 anos, com o mesmo molde de exercícios físicos e IMC (Índice de Massa Corpórea).

A fisioterapeuta descreveu que normalmente vincula-se o ganho de peso dos funcionários noturnos ao estresse, que faz com que consumam de modo errado, porém os hormônios é que desempenham papel principal neste comportamento.

Daniela explicou que 30 minutos anos da refeição, o hormônio que regula o apetite chega ao seu máximo, dando o sinal de que é hora de comer. “O pico de grelina desencadeia a hora de comer e, na hora em que a pessoa está com a sensação de saciedade, ele fica mais baixo”, contou, ressaltando que o outro hormônio estomacal (xenina) age em aversão à grelina, isto é, quando um está alto, o outro está baixo e vice-versa.

Ao avaliarem como os hormônios agem nas funcionárias noturnas, foi descoberto que a grelina não diminuiu depois da refeição, não levando à sensação de saciedade. Bruno explicou que a pessoa que não sente esta sensação, tende a comer pouco, porém com mais frequência e raramente prefere alimentos saudáveis e de baixa caloria, o que contribui para o aumento do peso.

A finalidade dos estudos da universidade é descobrir fármacos para intervir nestes hormônios, restaurando-se o modelo fisiológico e refletindo na perda de peso.