Uma menina, de apenas 12 anos, atuava como vigia em ações de sequestros, praticadas por uma quadrilha. Ela usava uma faca para amedrontar e ameaçar as vítimas dos sequestros.
“Quem tem contato com uma situação como essa demora a compreender, a acreditar que uma pessoa, com 12 anos de idade, possa ter agido com tamanha violência, empunhando uma faca, encostando no pescoço de uma vítima”, comentou o promotor estadual de Justiça, Wellington Veloso.
Segundo a polícia, ela era namorada do chefe da quadrilha e não era a única menor que participava das ações. Outros dois adolescentes foram pegos.
De acordo com o delegado Rodrigo Ayres, a quadrilha roubava caminhonetes de luxo, com valores acima de cem mil reais, e depois colocava os donos em cativeiros. Em seguida, os criminosos levavam os automóveis até a cidade de Pedro Juan Caballero, fronteira do Paraguai. Enquanto isso, os donos eram mantidos em um dos três cativeiros que a quadrilha possuía na cidade de Salto de Pirapora, no interior de São Paulo, e só eram liberados depois da entrega da caminhonete.
Os roubos eram feitos por encomenda. “A alegação deles era que assim que a caminhonete chegasse ao local, eles liberariam as vítimas”, disse o delegado. O crime foi descoberto depois que três homens tentaram passar pela fronteira com uma caminhonete roubada.
“No cativeiro você só escuta assim, um barulho de maçarico”. Segundo a polícia era crack. A hora que a esposa , de um dos sequestrados ligou, “a arma encostada na cabeça, ficava cleck, cleck, cleck”, conta um empresário que foi sequestrado na semana passada.
A menina e os outros dois adolescentes foram entregues as famílias. O Tribunal da Infância e Juventude de Sorocaba deve decidir qual será o destino deles, incluindo quais ações sócioeducativas serão cumpridas por eles.
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