Médicos são condenados por retirada de órgãos de pacientes vivos no interior de SP

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Terminou hoje o julgamento dos três médicos acusados de emitir falsos diagnósticos de morte cerebral para retirada de órgãos em Taubaté, interior de São Paulo, em 1986. O júri considerou o urologista Rui Noronha Sacramento, o nefrologista Pedro Henrique Torrecilhas e o neurocirurgião e legista Mariano Fiore Júnior culpados pelo crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar.

O trio foi sentenciado a 17 anos e 6 meses de prisão por homicídio doloso, mas o juiz permitiu que os réus possam recorrer em liberdade.

Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público, os pacientes José Miguel da Silva, Alex de Lima, Irani Gobbo e José Faria Carneiro estavam vivos quando deram entrada no hospital Santa Isabel de Clínicas (atual Hospital Regional de Taubaté) e morreram em decorrência de complicações provenientes da retirada destes rins.

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O Caso Kalume:

O caso foi revelado pelo médico Roosevelt de Sá Kalume, então diretor da Faculdade de Medicina de Taubaté. Ele procurou o Conselho Nacional de Medicina de São Paulo para informar sobre um programa ilegal de retirada de rins para transplantes e doações.

O caso virou um escândalo nacional e acabou com abertura de inquérito policial em 1987. A investigação durou dez anos até ser enviado à justiça em 1996. Em 2003, foi determinado que os médicos iriam a julgamento.

Embora as denúncias sejam referentes a 1986, o júri começou em 17 de outubro. O caso não prescreveu porque zerou em 2003, no momento em que foi decidido que os réus seriam julgados.

Os médicos afirmaram que os órgãos retirados iam para um programa de transplantes em convênio entre Unitau e Hospital das Clínicas, pertencente a Universidade de São Paulo. Porém o promotor Friggi de Carvalho afirma que não há registro deste acordo em lugar algum, portanto ele jamais existiu.

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