Julgamento do Caso Mércia Nakashima: entenda

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Na última segunda-feira (11 de março), o advogado e policial militar reformado Mizael Bispo de Souza começou a ser julgado pela morte de sua ex-namorada, Mércia Nakashima. O crime aconteceu há quase três anos, em uma represa que fica em Nazaré Paulista, localizada no interior de São Paulo. O policial reformado nega ter participado dessa atrocidade; a Promotoria, no entanto, acredita veementemente que ele assassinou a jovem de 28 anos, que também era advogada. Segundo a promotoria o motivo do crime seria que Mércia não queria mais reatar o romance com Mizael.

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Mizael está sendo julgado (Foto: Divulgação)

Última vez que Mércia foi vista

No dia 23 de maio de 2010 a jovem foi vista pela última vez com vida, depois de sair da casa dos pais que fica em Guarulhos, na Grande São Paulo. Os familiares iniciaram as buscas depois de não receber notícias da advogada, já que a polícia respeita o prazo de 48 horas de desaparecimento para depois iniciar uma investigação. A falta de resultados nessa procura feita por parentes fez com que registrassem o desaparecimento de Mércia Nakashima na Polícia Civil.

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Investigação policial da morte de Mércia Nakashima

Policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) entraram na investigação e escutaram, entre outros, Mizael. Ele foi até a sede do órgão, no Centro de São Paulo, dias depois da advogada ter sumido, mas saiu rapidamente sem dar sua versão. O ex-namorado da jovem chegou a esquecer um documento de identidade no local. Esse excesso de pressa chamou a atenção dos investigadores.

No dia 31 de maio, Mizael foi novamente chamado para depor, e preferiu contar sua versão  de inocência aos policiais civis. Ele disse que não sabia o que havia acontecido com Mércia e que, no dia e na hora em que a jovem desapareceu, estava com uma prostituta em Guarulhos. Porém, essa garota de programa nunca foi apontada.

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No dia 10 de junho o veículo da vítima, um Honda Fit prata, foi identificado por bombeiros no fundo de uma represa em Nazaré Paulista, cidade vizinha de Guarulhos, depois de uma denúncia. No dia seguinte, pela manhã, o corpo de Mércia foi localizado. O laudo realizado pelo Instituto Médico Legal (IML) aponta que a advogada morreu afogada em 23 de maio após ter sido atingida por uma bala e ter desmaiado. Mércia não sabia nadar.

Mizael mostra foto do casal antes de ser acusado pelo crime (Foto: Divulgação)

Prisões decretadas no caso Mércia

Algum tempo depois do corpo de Mércia ser encontrado um pescador prestou uma depoimento à polícia muito contundente. Esse homem disse que, em 23 de maio, se preparava para pescar na represa quando viu um carro ser abandonado nas águas. Ele afirmou que ouviu gritos de “ai” antes do automóvel submergir e identificou um rapaz alto, mas não conseguiu ver nitidamente o rosto.

No final de junho, a Justiça declarou a prisão preventiva do vigilante Evandro Bezerra Silva, de 38 anos. Na noite do crime ele encontrou Mizael e depois tentou extorquir a família de Mércia vendendo informações. Ele não foi ao depoimento marcado no DHPP. Apesar de alegar inocência, ele foi preso duas semanas depois em Sergipe, pois desapareceu de São Paulo, e foi indiciado pelo crime.

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Em 10 de julho, um mês depois que o corpo da jovem foi encontrado, foi a vez de a Justiça decretar a prisão temporária de Mizael. Ele não se entregou e dias depois, a Justiça suspendeu a prisão temporária e Mizael voltou a depor no DHPP; mais uma vez, negando a autoria ou ter participado do crime.

No dia 27 de julho, a Polícia Civil finaliza o inquérito e solicita a prisão do ex-namorado de Mércia. Já no começo de agosto, o promotor do caso, Rodrigo Merli Antunes, denuncia Mizael e Evandro à Justiça. A Promotoria também pede a prisão dos acusados.

O juiz Leandro Cano aceitou a denúncia e decretou a prisão preventiva de Mizael, mas tanto o policial reformado, quanto o outro acusado, conseguem a revogação da prisão. Em agosto e setembro o ex-namorado de Mércia caiu, mais uma vez, em contradição durante a reconstituição. Laudos comprovaram que Mizael tinha algas em seu sapato típicas da represa que a jovem foi assassinada.

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