Feijoada: Conheça a História por Trás deste Prato Brasileiro

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Comumente, ouvimos dizer que a feijoada foi uma receita criada pelos escravos, que recebiam restos de carne de porco dos seus senhores. Porém, essa história não se sustenta, tanto na tradição culinária quanto na própria história documentada. Tal origem da feijoada seria apenas uma lenda moderna, usada para romancear as relações sociais e culturais da escravidão brasileira.

Portanto, se você quer saber a história da feijoada, leia cuidadosamente esse artigo que traz a verdade por trás desse prato tão brasileiro. Provavelmente, a feijoada nasceu a partir de influências européias, pois os europeus têm muitas receitas de cozidos, como o cassoulet francês, o cozido madrilenho ou a “casseroula” ou “casserola” italiana.

Como esse costume era difundido em todo o continente europeu, em Portugal não poderia ser diferente. Nas regiões de Estremadura, das Beiras e de Trás-os-Montes e Alto Douro, era preparado um prato que misturava feijões de várias qualidades, com exceção do preto, que é de origem americana, a linguiças, orelhas e pés de porcos.

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No Brasil, desde o século XVIII, o feijão já era difundido em todos os lares, que tinham um “roçadinho” no quintal. Assim, as mulheres e as filhas eram encarregadas de colherem o feijão para fazerem a refeição diária. Nessa época, o feijão era acompanhado pela farinha e pela mandioca.

No início do século XIX, o feijão preto era prato indispensável nas mesas ricas. Ele era acompanhado de um pedaço de carne seca ao sol e de toucinho à vontade. As pessoas, nesse tempo, tinham medo de que, se comessem o feijão misturado a outros legumes ou iguarias, passariam mal.

Então, quando os portugueses trouxeram a sua receita de cozido feito com feijão, linguiça, orelhas e pés de porcos, houve a ideia de trocar o feijão europeu pelo brasileiro, ou seja, o preto. Esse prato ficou conhecido como “feijoada brasileira” e era acompanhado por farinha de mandioca.

Ao contrário do que se pensa, as partes salgadas do porco como as orelhas e o rabo nunca foram consideradas restos, mas sim, muito apreciadas na Europa. Uma das referências mais antigas à feijoada em restaurantes foi registrada no Diário de Pernambuco de 7 de agosto de 1833, que tem uma propaganda do Hotel Thèâtre, no Recife, dizendo que em todas as quintas-feiras, era servida a “feijoada brasileira”.

Como prova de que a feijoada era um prato nobre, há um comprovante de compras da Casa Imperial em um açougue em Petrópolis que registra a compra de carne verde (fresca), carne de porco, linguiça e miúdos de porco. Sabe-se que Dom Pedro II tinha preferência por uma boa canja de galinha e que não comia algumas dessas partes do porco, porém, alguns membros da família real poderiam apreciar a “feijoada brasileira”.

A feijoada é um dos pratos típicos da culinária brasileira, não tem uma receita única em nosso país, pois há várias culturas nesse imenso território. Entretanto, costuma-se serví-la com couve refogada, laranja, vinagrete e uma boa caipirinha. Desmentimos aqui a lenda de que ela teria nascido nas senzalas durante o Brasil colonial, mas o valor da receita não foi perdido, principalmente porque a feijoada é o prato escolhido para datas comemorativas e reuniões de famílias e de amigos, sendo ele muito gostoso e apetitoso.

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