Segundo pesquisa realizada em São Paulo em 2007 em média 35% dos paulistanos se queixam de insônia, condição que, não bastasse o incômodo noturno, provoca, durante o dia, cansaço, dificuldade em concentração e memorização, além de predisposição a contaminações, depressão e doenças cardíacas.
“O indivíduo não consegue dormir ou manter o sono durante a noite e tem um repouso superficial”, define a médica carioca Andréa Bacelar, da Academia Brasileira de Neurologia. “Hoje há um novo conceito de que o insone é aquele que vive insatisfeito com o seu sono. Essa dificuldade é fruto de um estado de hiperalerta na hora de dormir”, afirma a neurologista Dalva Poyares, do Instituto do Sono, em São Paulo.
O número crescente de pessoas com esse transtorno se deve ao estresse crônico e a ansiedade, gerados pela multidão, barulho e pressão nas grandes cidades. “Uma porção de males, entre eles insuficiência cardíaca, refluxo e desordens hormonais, está associada à privação não intencional de sono. Daí a necessidade de investigar a fundo o problema”, aponta a neurologista Rosa Hasan, do Hospital e Maternidade São Luiz (SP).
“É comum observarmos dificuldades para dormir entre pacientes com depressão, ansiedade e esquizofrenia”, diz o psiquiatra Teng Chei Tung, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Na menopausa e no momento que a acontece, um número expressivo de mulheres passa a relatar noites em claro. “As oscilações hormonais, as ondas de calor e quadros depressivos figuram entre as principais explicações para o problema”, diz a ginecologista Helena Hachul, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). No caso da reposição hormonal aliada a alterações no estilo de vida, geralmente, alivia a condição.
Já em relação ao estilo de vida, a atividade física contribui expressivamente na melhora da qualidade de vida. Segundo uma recente análise americana, a prática de atividades físicas moderada aprimora em 65% a qualidade do sono.
Atualmente, especialistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) estão estudando as consequências da musculação e do alongamento no controle da insônia em indivíduos sedentários. “Os voluntários que realizam essas atividades uma hora por dia três vezes por semana relatam uma melhora no padrão de sono”, conta a fisioterapeuta Carolina Vicaria.
“Acreditamos que os exercícios atuam na liberação de endorfinas, que produzem uma sensação de bem-estar, e reduzem a ansiedade no momento de dormir”, explica. Outro estudo conduzido pela instituição já havia demonstrado que a caminhada desempenha decorrência semelhante.
Até mesmo uma alimentação adequada influencia a qualidade do descanso. Há indícios a ingestão de carboidratos durante a noite tem o poder sonífero – uma vez que o alimento intervém na bioquímica do cérebro estimulando a sensação de conforto e a vontade de relaxar. Só não vale exagerar, sob pena de engordar.
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