Estudos desmentem os benefícios do óleo de coco

PUBLICIDADE
Devido as conclusões controversas, os especialistas acreditam que incluir o óleo de coco como suplemento alimentar não é seguro.

Seja em pílula ou em líquido, o óleo de coco, virou o emagrecedor da vez. O produto já bateu recorde de vendas entre produtos naturais para emagrecer. Porém, o sucesso não deve continuar por muito tempo. Diversos alimentos, bebidas e produtos naturais forma deixados de lado pela falta de pesquisas e resultados práticos que evidenciassem sua eficiência. E o caminho do suplemento parece ser o mesmo.

O primeiro motivo é que nenhum benefício ou malefício foi comprovado em relação ao produto. Segundo especialistas, as conclusões científicas são insuficientes para que as pessoas consumissem o produto para perder peso. As análises que encontraram tanto benefícios como prejuízos no alimento não foram capazes de esclarecer o mecanismo envolvido.

Cientistas da Universidade de Alagoas, em Maceió, divulgaram em 2009 uma análise sobre o produto. Nela, 40 mulheres de 20 a 45 anos acompanharam, por três meses, uma alimentação sem a presença de calorias e praticaram quase 60 minutos de caminhadas diariamente. Um grupo recebeu o óleo de soja e a outra o óleo de coco.

PUBLICIDADE

Antes de começar a análise, as voluntárias apresentavam níveis de colesterol, índice de massa corporal e medidas abdominais semelhantes. Ao final da análise, aquelas que receberam óleo de coco apresentavam número maior de colesterol bom (HDL) e menores de colesterol ruim (LDL), enquanto o outro grupo tiveram os dois tipos de colesterol altos. Foi notado a redução da massa corporal nos dois grupos, mas somente o grupo que ingeriu o óleo de coco apresentou uma redução na medida abdominal.

Os especialistas chegaram a conclusão que a alimentação com o óleo de coco não eleva os níveis de gordura no sangue e reduz medidas abdominais em pessoas acima do peso. No entanto, eles ainda notaram que o produto pode induzir uma resistência à insulina. Desse modo foi concluído que outras pesquisas eram necessárias para analisar os efeitos do produto a longo prazo.

Devido às conclusões controversas, as quais sugerem tanto benefícios como prejuízos, sem admitir nenhuma informação e instituindo a necessidade de novas pesquisas, os especialistas acreditam que incluir o alimento como suplemento alimentar não é seguro.

“Nenhum estudo feito sobre óleo de coco tem qualidade que garanta segurança dos resultados, além de não ter sido publicado em revistas médicas de excelência”, afirma Cíntia Cercato, endocrinologista da SBEM e do Hospital das Clínicas.

PUBLICIDADE

“O óleo de coco é uma grande enganação. É rico em gorduras saturadas, ou seja, em excesso faz mal, e não tem nenhuma dessas propriedades sobre as quais as pessoas vêm falando. É uma gordura como outra qualquer: pode ser consumida, mas também é capaz de engordar o indivíduo”, afirma o endocrinologista Alfredo Halpern, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e autor do livro Pontos Para o Gordo.

Porém, isso não significa que o alimento precisa ser abolido. Na preparação de alimentos, ele pode substituir outras gorduras como: azeite e manteiga. “A gordura não é proibida. O ideal é que ela represente, no máximo, 30% do total de calorias que consumimos ao dia, dependendo do tamanho, do peso e do estilo de vida do indivíduo. As gorduras saturadas, porém, não devem ultrapassar 7%”, diz o endocrinologista da SBEM e chefe do grupo de obesidade do Hospital as Clínicas da Faculdade de Medicina da USP Márcio Mancini.

PUBLICIDADE

Mancini, no entanto ressalta: o óleo de coco consumido para perder peso é bobagem. “Quem compra essa ideia joga dinheiro fora, se ilude com um caminho fácil para a perda de peso e acaba se decepcionando.”

Leia também:

Comentários fechados

Os comentários desse post foram encerrados.