Estrela recorre à benefícios da China para se manter no mercado

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As décadas passam e o cenário econômico também muda muito. Essa frase define bastante a situação da fabricante de brinquedos Estrela: se outrora ela tinha o domínio do varejo, e até chegou a instigar o consumo em uma data que hoje representa uma das grandes ocasiões do comércio, atualmente ela precisa encarar a concorrência chinesa e também recorrer a ela para viabilizar os seus negócios.

Poucos sabem disso, mas foi a Estrela quem criou a campanha que fez o Dia das Crianças virar uma tradição no Brasil. Isso aconteceu em 1955, em uma data que não tem um registro oficial, quando a empresa lançou a “semana do bebê robusto”, promovendo assim um aumento de vendas de seus bebezinhos roliços de plástico, que na época era o seu carro-chefe. A data do dia das crianças existia desde 1924, por um decreto do então presidente Arthur Bernardes, mas permanecia desconhecida entre público e comércio. A iniciativa logo ganhou reforços que vieram de outras gigantes como a Johnson & Johnson e seu concurso “Bebê Johnson” em 1965 e fez com que ao longo dos anos, a data se consolidasse.

O baque e um novo panorama financeiro

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Porém, apesar de tanto prestígio, as transformações econômicas do Brasil também acabaram sendo um “baque”, especialmente quando o mercado brasileiro abriu espaço para os importados. Isso acabou barateando custos de brinquedos e também trazendo aquele que pode ser considerado um concorrente de “peso” em qualquer setor econômico com os seus produtos: a China.

Mudanças no câmbio, com a valorização do real em relação ao dólar também prejudicaram as finanças da companhia. Da economia fechada da década de 1980 ao momento de hoje, não houve planejamento nem exigência de reciprocidade das importadoras. No fim das contas algo tão vantajoso que até mesmo a Estrela acabou entrando no jogo, e que desde 2007 passou a também produzir na China, usando as empresas terceirizadas, um ato para  manter competitiva e reverter em lucro os prejuízos amargados nos últimos anos. Há também a utilização de componentes e tecnologia chinesa para se manter no mercado.

No fim das contas, o “custo Brasil”, usado como justificativa de empresários para os importados também pesou. O presidente da Estrela, Carlos Tilkian declarou em entrevista ao portal G1 que, somando câmbios, impostos e custos financeiros, o resultado é de 80% de diferença entre os gastos em ambos os países. Porém, declara também que em comparação ao custo industrial, o Brasil se mostra competitivo.

Falando em importação e exportação, a Estrela estuda construir unidades próprias na China para a partir de lá novamente conseguir alcançar outros mercados, visto que as exportações acabaram se tornando irrelevantes para a companhia com o dólar fraco e a competitividade chinesa em todo o mundo. A marca é registrada em 40 países.

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Fonte:

– G1: Empresa que popularizou Dia das Crianças recorre à China para viver.

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