É preciso ser a mãe perfeita?

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Ser mãe não é uma tarefa fácil.

Os primeiros passos para o desenvolvimento de um ser humano saudável começa com os cuidados dispensados a ele enquanto criança, contribuindo para seu crescimento intelectual e emocional. Esses fatores colaboram para a construção do afeto, que é indispensável para o desenvolvimento; por isso que todo tempo dedicado aos filhos é extremamente precioso e, se for aproveitado com bastante qualidade, garantirá que o pequenino ser em formação se transforme em uma pessoa mais autoconfiante e feliz, e um mundo melhor depende da existência de pessoas felizes e saudáveis.

O mito da “mãe perfeita”

A maternidade é um dom maravilhoso e não se pode negar, entretanto, é bastante comum que as mães sintam-se incapazes de atingir suas próprias expectativas como mães. Isso acontece como um reflexo de padrões tidos como verdades, há séculos atrás, e que, apesar de não se encaixarem nos padrões da sociedade atual, ainda repercutem nas mulheres, como o exemplo de mãe a ser seguido.

Durante o século XVIII, paralelamente com a evolução de alguns cuidados maternos como higiene e amamentação, desenvolveu-se o mito da “mãe perfeita”, tendo como modelo a mulher abnegada e devota, que se esquece de si mesma para pensar apenas nos filhos, se responsabilizando pelo sucesso ou fracasso de sua prole.

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A fórmula para “ser mãe”

Cada mulher vivenciará a maternidade de uma forma distinta e muito pessoal, pois ser mãe nos remete à nossas próprias experiências de vida. Portanto, não existe nenhuma forma mágica para ensinar a ser mãe.

Segundo estudiosos no assunto, como D.W. Winnicott (psiquiatra e psicanalista inglês), existe a necessidade das mães confiarem mais em si mesmas, aprendendo a se livrar de interferências externas que podem atrapalhar sua intuição materna, e focando, principalmente, na construção do afeto para com o filho.

Algumas mulheres podem se sentir culpadas por trabalhar fora.

Mãe “suficientemente boa”

Mães tentam, porém não conseguem amamentar, podem construir o afeto de uma forma diferente, que não pela amamentação, como por exemplo, através de trocas de olhares e carinhos.

Da mesma forma a mãe que precisa trabalhar fora e, infelizmente, não pode ficar presente durante o dia da criança, precisa ter em mente que os pequeninos são capazes de captar nossas emoções (como ansiedade, angústia e frustração) e responderem ao reflexo mental dos pais. A solução seria estar consciente de que o trabalho faz parte de sua realização, como pessoa, de forma que conseguisse lidar muito mais facilmente com os sentimentos.

As cobranças externas por perfeição pode ser muito grande para algumas mulheres, entretanto, ser a “mãe perfeita” não garante a ter filho saudáveis e felizes. Winnicott deu origem ao termo “mãe suficientemente boa” para definir as mulheres que conhecem naturalmente a necessidade de seus filhos, desde os primeiros meses de vida, quando mãe e filho estão conectados intimamente.

No decorrer da gestação a mulher se prepara, natural e instintivamente, para ser mãe, sem que seja preciso ler livros e estudar sobre o assunto. É completamente normal a ocorrências de falhas durante esse caminho, mas vale lembrar que a correção desses problemas é considerada como sucesso.

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Cada caso, um caso

Normalmente é muito difícil fazer escolhas que envolvam os filhos e é necessário que as mulheres entrem em contato com seus valores mais íntimos e profundos, para fazerem a melhor opção. As famílias são completamente diferentes uma das outras e não existem padrões que sirvam de modelo para serem seguidos pela maioria. Por isso, cada caso é diferente do outro.

A vida é algo completamente dinâmico, constituída por fases e existe a necessidade de que as decisões sigam o mesmo caminho, não devendo ser imutáveis para sempre. Os pais devem estar revendo seus conceitos, escolhas e atitudes a todo instante, pois o equilíbrio que as famílias buscam é tão dinâmico quanto a vida.

É preciso filtrar as opiniões externas, para ser uma boa mãe

Devemos sempre buscar o melhor, sem deixar de ter em mente que ainda não somos (e provavelmente nunca seremos) perfeitos. Alcançar o status de “mãe perfeita” é um mito, enquanto que ser uma “suficientemente boa” é uma conquista.

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