A drenagem linfática é uma das muitas funções fisiológicas, do mesmo jeito que as outras funções automáticas do organismo.
Como a linfa é geralmente incolor, demorou muito para que os cientistas realmente se interessassem por ela.
Hoje em dia, as características essenciais da função linfática estão definidas, ainda que muitos aspectos — principalmente as funções ganglionares e seu papel nas reações imunológicas — ainda estejam pouco esclarecidas.
Os meios atuais de pesquisa permitem o progresso em ritmo acelerado num campo bastante aberto à investigação e o pesquisador é obrigado a recolher, num tempo muito curto, as múltiplas informações, frutos de pesquisas de laboratórios, as quais, nos últimos anos, se desenvolveram em todo o mundo.
Obrigado, desse modo, a se especializar para que possa progredir no conhecimento aprofundado dos mecanismos que concorrem para a modificação do comportamento da rede linfática, o pesquisador é levado a lançar mão dos meios de investigação que respondem aos critérios da mais alta tecnicidade.
Drenagem manual
A drenagem linfática manual faz parte das técnicas utilizadas para favorecer a circulação dita “de retorno”. Se somos levados, por dados dos laboratórios e resultados clínicos, a mostrar a legitimidade de nossas técnicas, é lógico acreditar que a drenagem linfática manual poderá encontrar um campo de aplicação nas muitas áreas onde a circulação “de retorno” encontra-se impedida.
A drenagem linfática drena os líquidos excedentes que banham as células, mantendo, dessa forma, o equilíbrio hídrico dos espaços intersticiais. Ela é também responsável pela evacuação dos dejetos provenientes do metabolismo celular.
Dois processos muito diferentes contribuem para a evacuação desses líquidos intersticiais.
O primeiro processo é a captação realizada pela rede de capilares linfáticos. A captação é a consequência do aumento local da pressão. Quanto mais a pressão aumenta, maior é a recaptação pelos capilares linfáticos, que são pequenos vasos que conduzem a linfa.
O segundo processo consiste na evacuação, longe da região infiltrada, dos elementos recaptados pelos capilares. Esse transporte de linfa que se encontra nos vasos é feito pelos pré-coletores, em direção aos coletores.
Os dois processos, muito diferentes entre si, devem, naturalmente, ser facilitados por técnicas adequadas de drenagem manual.
A fim de satisfazer às exigências — captação e evacuação — que acabamos de definir, devemos descrever as modalidades de execução de manobras que permitem satisfazer aos critérios de captação, por um lado, e de evacuação, por outro.
A captação é realizada no mesmo nível da infiltração.
Já a evacuação é a transferência dos líquidos captados, longe da zona de captação.
Modalidade de execução das manobras de drenagem
A manobra de captação, ou de reabsorção
A mão está em contato com a pele pela borda do quinto dedo. Os dedos imprimem sucessivamente uma pressão, sendo levados por um movimento circular do punho. A palma da mão participa igualmente da instalação da pressão.
A manobra produz um aumento da pressão e a orientação da pressão promove a evacuação.
A pressão deve, portanto, ser orientada no sentido da drenagem fisiológica.
O ombro executa movimentos de abdução e de adução do cotovelo. A pressão se instala durante a abdução.
A manobra de evacuação ou de demanda
A mão está em contato com a pele pela borda do indicador. O contato da borda da mão é livre. Os dedos desenrolam-se a partir do indicador até o anular, tendo contato com a pele que é estirada no sentido proximal ao longo da manobra. A pressão se instala durante a abdução do cotovelo. A manobra produz uma aspiração e uma pressão da linfa situada nos coletores.
Os movimentos do ombro, assim como os do cotovelo, são amplos.
O punho é flexionado para se evitar a transmissão de pressões fortes. Os deslocamentos dos dedos são reduzidos.
Os movimentos são realizados com suavidade, semelhantes a um tateamento, discretamente apoiado.