Curso de Aplicação de Agrotóxico Gratuito

É comum escutar relatos de trabalhadores que, após lidar com agrotóxicos de maneira indiscriminada, sentem seus efeitos colaterais. Os sintomas neurológicos são os mais comuns: dores de cabeça, tonturas e náuseas. Problemas de derme relacionados à má utilização também são recorrentes e os mais comuns são escamações, prurido, pápulas, queimaduras químicas e rachaduras. Outros efeitos colaterais que a falta de instrução no manuseio do produto pode acarretar são bronquite, asma e pneumonia, no que diz respeito às vias respiratórias, e nos olhos, conjuntivite, edema palpebral e opacidade nas córneas. Outros problemas como ritmia e alterações no comportamento psicossocial são igualmente relatados.

Visando zelar pelo trabalhador rural, o SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) de cada estado brasileiro vem oferecendo o curso de Aplicação de Agrotóxicos em diversas cidades produtoras agrícolas e pecuárias. A intenção é que os agricultores e trabalhadores rurais aprendam a utilizar corretamente os agrotóxicos aliando a preservação do meio ambiente e a proteção à saúde tanto do aplicador quanto do consumidor final.

Durante as aulas, os participantes do curso aprendem sobre como preservar o meio ambiente, a utilizar os equipamentos de proteção individual (EPIs), noções de primeiros socorros, regulagem e manutenção de equipamentos, aplicação correta de agrotóxicos, conceitos de toxicidade, e noções quanto às leis que regulamentam o uso desses produtos.

De acordo com a Norma Regulamentadora (NR) 31 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o empregador tem o dever de oferecer ao seu colaborador os EPIs e realizar bem como realizar seu treinamento.  Entretanto, grande parte dos trabalhadores rurais não faz uso destes equipamentos, seja por falta de informação ou até mesmo porque seu empregador não os forneceu, acabando por ter contato direto com o agrotóxico pelas mãos, vias aéreas ou ingerindo o produto quando está a manuseá-lo ou borrifá-lo na plantação.

Vale lembrar que todos os agrotóxicos são potencialmente perigosos, e seu uso indiscriminado pode causar danos irreparáveis à saúde das pessoas e animais e ao meio ambiente. No entanto, ao utilizá-lo de maneira correta, torna-se um importante aliado no combate de pragas tais como insetos, ervas-daninhas, fungos, ácaros, e na pecuária, para controlar carrapatos, pulgas e mosca-do-chifre.

Como regulamenta a NR31, o curso tem 20 horas de duração e tem o intuito de capacitar a mão de obra do campo, que se mantém constantemente exposta ao agrotóxico, seja no transporte, armazenamento, aplicação, descarte das embalagens, limpeza dos EPIs e no manuseio direto.

Segundo os técnicos que o ministram, o principal objetivo do curso é fazer com que o produtor rural, principalmente o empregador (ou o capataz da fazenda), entenda que o treinamento é de extrema importância para garantir a saúde de quem manuseia o produto. Os benefícios da capacitação na aplicação desses produtos tem o intuito de agregar conhecimento ao trabalhador do campo, melhorar as condições de trabalho e como conseqüência, a produção do setor.

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