Copom reduz juros enquanto governo tenta diminuir custo de crédito

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A economia ficará aquecida com essas medidas (Foto: Divulgação)

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) diminuiu, na última quarta-feira, 18 de abril, a taxa básica de juros, a Selic, em 0,75 ponto percentual, levando-a de 9,75% a 9% ao ano, segundo as expectativas do mercado. A queda, que já havia sido apontada pelo Comitê em encontros anteriores, foi anunciada em meio a esforços do governo para diminuir o custo do crédito no país, e assim, aumentar o poder de compra do brasileiro pagando juros menores ao usar formas de pagamento como o cartão de crédito.

A menor taxa histórica da Selic foi de 8,75% ao ano, de julho de 2009 até o final de abril de 2010, quando foi elevada para 9,5% ao ano. Além do crescimento do crédito a taxas menores, como, por exemplo, no financiamento de automóveis, as manobras do Banco Central têm como intuito controlar a inflação, cuja meta é de 4,5% para 2012. Esses números são medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Entre as funções do Banco Central estão os esforços para que a inflação anual fique dentro da meta, dispondo para isso das oscilações na Selic e de outros instrumentos. O Copom reduz a Selic quando acredita que a inflação está sob controle e deseja estimular a atividade econômica. O contrário também acontece. Se a economia está muito aquecida, com alta dos preços, o Comitê eleva a taxa para incentivar a poupança, desestimular o consumo e manter sob controle a inflação.

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O crédito vai aumentar com a baixa nas taxas de juros (Foto: Divulgação)

 

“Preço” do crédito

O Itaú Unibanco, HSBC, Santander e Bradesco diminuíram suas taxas de juros para crédito, alguns dias depois da Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil terem feito o mesmo, por estímulo do Governo Federal. O objetivo é reduzir o spread bancário (a diferença entre os juros que os bancos oferecem para produtos como poupança e fundos de investimento e as taxas usadas para crédito, como financiamento de automóveis, cheque especial e cartões de crédito).

Uma das consequências seria um volume maior de crédito no mercado. “Um aumento sem critério poderia ter impactos negativos sobre a economia, entre eles a alta da inflação, da inadimplência e da criação de bolhas de crédito em alguns setores”, explica Samy Dana, professor de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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1 comentário

  • Uma facada no corae7e3o do BrasilO Comitea de Poledtica Monete1ria (Copom) amnuetou hoje em 0,75 ponto percentual a taxa de juro be1sico (Selic), elevando-a de 13% para 13,75% ao ano. Esta e9 a quarta alta consecutiva da Selic. O relatf3rio do Copom diz: “Avaliando o cene1rio macroeconf4mico, o Copom decidiu elevar a taxa Selic para 13,75% ao ano, sem vie9s, por cinco a votos a treas, com vista a promover tempestivamente a convergeancia da inflae7e3o para a trajetf3ria de metas”.Esse novo aumento, evidencia que a economia brasileira, continua refe9m de uma poledtica monete1ria equivocada. Ao restringir a geste3o da economia a pre1ticas meramente monete1rias, o governo limita seus prf3prios mecanismos de controle inflacione1rio e0 taxa de juros. Tambe9m paga elevado pree7o por essa mesmice, e0 medida que agrava o pree7o da dedvida pfablica – lembrando que essa taxa tambe9m remunera os investidores da dedvida pfablica. Esse dinheiro destinado ao pagamento dos juros atrelados aos tedtulos pfablicos provavelmente teria efeito muito mais eficaz no controle da inflae7e3o se fosse convertido em investimento pfablico, combinado, obviamente, com maior responsabilidade fiscal. Errar e9 humano, mas persistir no erro e9 burrice e o erro que digo, e9 o de sempre fazer a mesma coisa: elevar os juros.O caso brasileiro ne3o se trata de uma inflae7e3o interna, mas sim importada do exterior em raze3o dos pree7os das mate9rias-primas (commodities) internacionais, particularmente alimentos. O governo repete o erro hoje, mantendo-nos como uma das maiores taxa de juros do planeta. De nada adianta falarmos de poledticas de desenvolvimento, se cada vez mais, pelo ralo da dedvida interna escoa a fatura perversa de crescentes aumentos de juros. E o pior, sem a menor necessidade.A redue7e3o da inflae7e3o brasileira nas faltimos semanas ne3o ocorreu devido ao aumento da taxa Selic promovido pelo Banco Central nas faltimas treas reunif5es. Este1 claro que o aumento de juros da faltima vez foi um erro. Ne3o he1 raze3o nenhuma para aumento de juros. Existem dois tipos de inflae7e3o: a local e a mundial, a inflae7e3o caiu nos faltimos dois meses, mas ne3o foi por influeancia do BC. Antes nf3s este1vamos sofrendo com a presse3o da inflae7e3o mundial, e agora o petrole9o e demais commodities perderam pree7o. O Banco Central tem que encontrar modos de ajustar as influeancias da inflae7e3o internacional. Porque querer corrigir com juros internamente vai dificultar a estrutura necesse1ria para haver crescimento.Esse aumento da Selic, foi desnecesse1rio, mas isso ne3o quer dizer que temos que dar as costas aos riscos de inflae7e3o, sf3 acho que e9 importante tambe9m o governo ne3o precisar sf3 desse recurso, mas tambe9m e9 preciso controlar os gastos pfablicos, entre outros mecanismos plausedveis, como aprofundar o ajuste fiscal. Uma poledtica fiscal de melhor qualidade para aliviar o aperto monete1rio.Uma coisa e9 certa: havia espae7o para a redue7e3o dos juros, sem comprometer as metas de inflae7e3o. Essa elevae7e3o prejudicare1 os investimentos e comprometere1 o crescimento da economia. Foi sem dfavida um grave erro, que compromete seriamente o futuro do Brasil.Todos criticaram a decise3o do Copom: as federae7f5es industriais, poledticos, comerciantes, sindicatos, ate9 a CUT se manifestou. Ou seja: o Banco Central e o Governo Federal devem refletir sobre quais se3o as reais aspirae7f5es da maioria dos brasileiros. Esperamos melhores notedcias da prf3xima vez.

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