No período gestacional a placenta produz hormônios que induzem os tecidos à resistência insulínica, isto é, dificulta a ação da insulina sobre as células. Para manter o equilíbrio de nosso organismo, o pâncreas passa então a produzir mais insulina, o que não ocorre de forma adequada em cerca de 5% das mulheres, levando ao aumento dos níveis de glicose sanguínea (hiperglicemia). Essa alteração, na maioria dos casos transitória, é a chamada Diabetes Gestacional, que, no Brasil, atinge cerca de 7,6% das gestantes atendidas no Sistema Único de Saúde (SUS).
A ocorrência dessa patologia pode trazer graves consequências, especialmente para o feto, caso não seja feito o acompanhamento adequado. Os sintomas mais frequentes que podem sugerir um estado de hiperglicemia são:
- Perda de peso inexplicável;
- Poliúria – aumento da frequência de micções;
- Polidipsia – aumento da sede, o indivíduo passa a ingerir grandes quantidades de líquidos;
- Polifagia – aumento da fome; a gestante passa a se alimentar com volume e frequência maior;
- Infecções.
Deve-se também prestar atenção aos principais fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes gestacional, dentre os quais podemos destacar:
- Histórico de diabetes em outras gestações;
- Familiar de primeiro grau com diabetes;
- Idade superior a 35 anos;
- Obesidade ou grande aumento de peso durante a gravidez;
- Síndrome do ovário policístico;
- Hipertensão arterial crônica ou pré-eclâmpsia na gestação atual;
- Crescimento fetal excessivo;
- Uso de medicamentos que aumentam a glicemia, como os corticoides e diuréticos tiazídicos;
Os problemas que podem decorrer dessa situação vão desde abortamento até má formação fetal ou mesmo síndrome do desconforto respiratório no recém nascido. Por isso, é de fundamental importância que todas as gestantes façam o acompanhamento pré-natal, para que possa ser feito o rastreamento das mulheres com risco de desenvolver o diabetes, bem como a detecção precoce de novos casos; possibilitando assim a intervenção o mais cedo possível.
Quando essa enfermidade se faz presente, a gestação é considerada como sendo de alto risco, necessitando de visitas mais frequentes ao médico obstetra, que é o único capaz de tomar as decisões adequadas quanto ao tratamento medicamentoso, que deve ser individualizado. Porém, é importante deixar claro que a mulher portadora de diabetes pode ter uma gestação normal e ter bebês saudáveis, desde que receba o acompanhamento adequado.
Algumas medidas que podem auxiliar de forma poderosa o tratamento medicamentoso ou até mesmo prevenir o aparecimento dessa patologia são:
- Praticar atividade física regularmente, na intensidade que a mulher se sentir confortável – caso esta sinta qualquer tipo de dor, deve-se interromper o exercício;
- Controle do peso, que é uma poderosa medida capaz de diminuir a resistência à insulina.
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