Como entender exame de urina

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O exame de urina é um método complementar de diagnóstico que tem sido usado há muito tempo e é muito importante na prática médica. O procedimento é indolor, a coleta é bastante simples e pode oferecer importantes pistas sobre doenças sistêmicas. Acabe com as dúvidas sobre o assunto e saiba como entender o exame de urina, também conhecido como urina tipo I.

O exame de urina tipo I oferece várias informações importantes sobre a saúde. (Foto: divulgação)

O que é o exame de urina tipo I

Esse é um exame bastante simples, realizado através da coleta de 40 a 50 ml de urina, que é armazenada em um potinho plástico. O ideal é que a amostra seja da primeira urina da manhã, desprezando-se o primeiro jato no sanitário (para limpar a uretra de possíveis impurezas que possam alterar o exame) e enchendo o recipiente com o restante do líquido.

O recomendado é que a amostra seja colhida no próprio laboratório, pois quanto mais fresca estiver, mais confiáveis serão os resultados. Um intervalo maior que duas horas entre a coleta e a análise pode inviabilizar o exame.

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Entendendo o exame

O exame de urina é dividido em duas partes, onde na primeira é feita uma investigação através de várias reações químicas, enquanto a segunda envolve a visualização de gotas de urina no microscópio.

Os itens avaliados no exame de urina tipo I são:

  • Densidade

Os valores normalmente variam de 1005 a 1035. A densidade da água pura é igual a 1 mil, e portanto, quanto mais próximo desse valor, mais diluída estará a urina. Casos de urina com densidade próxima de 1035 indicam urina muito concentrada, que pode ser um sinal de desidratação.

  • pH

Os rins são os principais meios de eliminação dos ácidos do organismo, e por isso a urina é naturalmente ácida e costuma ter pH variando entre 5,5 e 7. Valores próximos ou superiores a 7 podem indicar a presença de bactérias que alteram o pH urinário, mas também podem ser alterados devido a fatores alimentares e uso de medicamento. Valores abaixo de 5,5 pode ser sinal de acidose no sangue ou problemas nos túbulos renais.

  • Glicose

Toda glicose filtrada nos rins acaba sendo reabsorvida de volta pelos túbulos renais, e por isso, não é normal encontrar açúcar na urina. Quanto o exame de urina é positivo para glicose, indica que os níveis sanguíneos de açúcar estão muito elevados e é comum em pessoas com diabetes. A glicose na urina de pessoas não diabéticas pode indicar doença nos túbulos renais.

  • Proteínas

Em situação normal o ideal é não encontrar proteína na urina, pois elas não são filtradas pelo rim. Alterações nesse item podem ser causadas por diversos fatores, como presença de febre, exercício físico horas antes do exame, desidratação, estresse emocional, infecção urinária, lúpus, problemas renais mais sérios e diabetes.

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  • Hemácias

A presença de hemácias, hemoglobina ou sangue na urinanão é normal. Recebendo o nome técnico de hematúria, essa condição pode ocorrer em diversos problemas, como pedra nos rins, infecções e até mesmo doenças mais graves.

A urina passa por uma análise bioquímica e microscópica. (Foto: divulgação)
  • Leucócitos

Os leucócitos correspondem aos glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo. A presença dessas células na urina indica processo inflamatório nas vias urinárias, e apesar de sugerir infecção urinária, também pode ocorrer mediante trauma ou uso de substâncias irritantes.

  • Cetonas ou corpos cetônicos

Essas substâncias são resultantes do processo de metabolização das gorduras, e por isso são produzidos quando o organismo está com dificuldade de utilizar a glicose como fonte de energia. As causas mais comuns dessa alteração são diabetes, jejum prolongado e dietas muito rigorosas.

  • Urobilinogênio e bilirrubina

Normalmente não devem ser encontrados na urina. Sua presença pode indicar doença hepática ou destruição anormal de hemácias. Essa substância só aparece na urina quando os níveis sanguíneos são maiores que 1,5mg/dL.

  • Nitrito

A urina apresenta altos níveis de nitrato, que pode ser metabolizado em nitrito por alguns grupos de bactérias. Portanto, quando o resultado é positivo para nitrito, significa que existem bactérias na urina, mas quando é negativo não exclui essa possibilidade.

  • Cristais

Essa é provavelmente a informação que mais é mal interpretada, tanto por pacientes como até mesmo por médicos. A presença de cristais como o de oxalato de cálcio, não possui nenhuma importância clínica e nem indica uma maior propensão à formação de pedras nos rins. Os únicos cristais clinicamente importantes são os:

  • Cristais de cistina;
  • Cristais de magnésio-amônio-fosfato (estruvita);
  • Cristais de tirosina;
  • Cristais de bilirrubina;
  • Cristais de colesterol;
  • Cristais de ácido úrico (quando em grande quantidade).
  • Células epiteliais e cilindros

A presença de células epiteliais e cilindros na urina não são normais. Essas células correspondem ao próprio revestimento do trato urinário, que se solta e só possui importância clínica se estiver agrupada em cilindros, que recebem o nome de cilindros epiteliais. O formato dos túbulos renais é cilíndrico, e qualquer substância que se agrupe nessa região acaba adquirindo esse formado. A visualização dessas estruturas na urina é muito importante porque indica que o material veio diretamente dos rins, e não da bexiga, ureter ou outras regiões do trato urinário. Os cilindros que podem indicar algum tipo de problema são:

  • Cilindros hemáticos (sangue); pode ser sinal de glomerulonefrite;
  • Cilindros leucocitários; indicam um processo inflamatório nos rins;
  • Cilindros epiteliais; são sinais de lesão dos túbulos renais;
  • Cilindros gordurosos; indicam proteinúria;
  • Cilindros hialinos. Apesar de não indicarem doença, podem ser um sinal de desidratação.
O exame de urina é de fácil coleta e não dói. (Foto: divulgação)

O exame de urina tipo I é uma avaliação complementar que oferece inúmeras informações importantes sobre o paciente e, muitas vezes, é motivo de várias dúvidas. Conhecer mais a respeito do assunto é importante para evitar preocupações desnecessárias.

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