Brasil: número de transplantes cresce 124% na última década

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Imagem: (Foto Divulgação)

O número de transplantes desempenhados no Brasil aumentou em 124% nos últimos dez anos. Saltou de 10.428, em 2001 para 23.397, no ano passado. E mais, em 2011 o país apresentou o maior avanço anual em números de transplantes da década: 2.357 operações a mais do que no ano anterior. Com isso, foi alcançada a marca de 11,4 doadores por milhão de habitantes – superando a meta até então de 10 por milhão. O levantamento foi publicado nesta quarta-feira pelo Ministério da Saúde.

Segundo os dados proporcionados, o Brasil é atualmente o maior sistema público de transplantes do planeta, com cerca de 95% dos cirurgias desempenhados pelo SUS. Entre os órgãos consistentes, como coração, pulmão e fígado, o país contribui com 5% dos transplantes desses órgãos realizados em todo o mundo. No ano passado, o país superou a marca ao atingir 2.207 doadores de órgão, 63% a mais que em 2008.

De acordo com Alexandre Padilha, Ministro da Saúde, o número de estabelecimentos chamados OPO (Organização de Procura de Órgão) chegou a 35 em 2011. Esses núcleos são os responsáveis por localizar órgãos viáveis de transplante. “Em 2010, eram apenas 10 unidades, todas em São Paulo. Em 2011, criamos 25 novas, em outros 11 estados do país”, afirmou.

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Para este ano, espera-se que outros 16 centros comecem a funcionar em cinco estados. Desde o começo de 2011, o Ministério da Saúde aprovou 54 novos estabelecimentos de transplantes e habilitou 72 novas equipes para a efetivação do procedimento. Do total, 16 novas unidades e 11 novas equipes passaram a trabalhar no Norte e no Nordeste do país, para expandir e diversificar a efetivação do procedimento nessas regiões. Hoje, estão trabalhando 680 centros e 1.074 equipes. O investimento no mantimento e desenvolvimento do Sistema Nacional de Transplantes, conduzido pela pasta, no ano passado foi de 1,3 bilhão de reais.

Os órgãos com maior número de transplantes desempenhados no país são córnea e medula. Os que mais cresceram proporcionalmente na última década foram fígado (176%), pulmão (96%) e rim (84%). Coração e pâncreas atingiram uma ampliação de 11% e 13% nos mesmo intervalo. Ainda de acordo com o Ministério, a fila de espera de órgãos para transplante apresentou uma diminuição de 23% em relação a 2010.

Os registros de medula óssea atingiram 2,5 milhões no ano passado. De acordo com Luiz Fernando Bouzas, diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea do Inca (Instituto Nacional de Câncer), as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que anteriormente respondiam por unicamente 3% dos registros, hoje chegaram à marca de 30%. “Esse aumento nos possíveis doadores traz a diversidade da população brasileira para o cadastro, facilitando o encontro de doadores”, disse.

Dados

Os bons números, todavia, não descartam a indigência de aumentar o número de doadores.  “Por melhor que seja a captação no Brasil ou em qualquer outro país, nunca haverá o número de órgãos suficientes para atender ao número de candidatos”, disse, durante o anúncio, Silvano Raia, coordenador da Escola de Transplantes do Hospital Sírio-Libanês.

Essa brecha ocorre porque a sobrevida da população vem somando, o que diminui o número de possíveis doadores. Para tentar acabar com o problema, o Ministério da Saúde organiza um edital para investimento em unidades de pesquisa em regeneração de órgãos e na aplicação de órgãos do próprio indivíduo. “Nestes casos, a rejeição é menor, e ainda é possível usar um órgão regenerado, que, sem a técnica, teria sido descartado”, diz Raia.

Na técnica o órgão passa por um procedimento que o torna  quase novo e pronto para ser utilizado outra vez. O método ainda é novo e foi inserido este ano no Brasil, sobretudo em transplante de pulmão.

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