Brasil: Número de leitores caiu 9,1% em quatro anos

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O número representa uma queda de 9,1% de leitores no país.

Um levantamento publicado no início desta semana, pelo Instituto Pró-Livro e pelo Ibope, divulgou uma queda no número de leitores no país: de 95,6 milhões, registrado em 2007, para 88,2 milhões, em 2011. O número representa uma inclinação de 9,1% no mundo de leitores ao mesmo tempo em que a população cresceu 2,9% neste intervalo.

Para a pesquisa, foram avaliadas 5.012 pessoas em 315 municípios do país entre 11 de junho e 3 de julho do ano passado. Os participantes classificaram como leitores aqueles que leram pelo menos um livro nos três meses precedentes ao estudo. O indicador de 88,2 milhões de leitores corresponde a 50% da polução com 5 anos ou mais.

Para Marina Carvalho, diretora da Fundação Educar DPaschoal, que trabalha com programas de apoio à leitura, uma das causas para a inclinação no costume de leitura entre o público infanto-juvenil é a deficiência de incentivos decorridos por parte da família.

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“Se em casa as crianças não encontram pais leitores, reforça-se a ideia de que ler é uma obrigação escolar. Se existe uma queda no número de leitores adultos, isso se reflete no público infantil”, diz a especialista. “As crianças precisam estar expostas aos livros antes mesmo de aprender a ler. Assim, elas criam uma relação afetuosa com as publicações e encontram uma atividade que lhes dá prazer.”

A pesquisa destaca uma situação já conhecida entre os brasileiros: a conexão entre leitura e escolaridade. Entre os entrevistados que estudam,  a taxa de leitores é três vezes maior ao de não leitores: 48% contra 16%. Já entre aqueles que não estudam, o número de não leitores é aproximadamente 50% maior ao de leitores (84% contra 52%).

Escolas próximas a bibliotecas alcançam performance superior ao de alunos que convivem em regiões sem bibliotecas.

Outro número destacou a queda da importância do brasileiro pela leitura como hobby. Em 2007, ler era a quarta atividade mais apreciada nas horas vagas. Neste ano, o hábito desabou para a sétima posição. Antes, 36% afirmavam enxergar a leitura como forma de lazer, número reduzido a 28%.

Nas primeiras posições, aparecem as seguintes atividades: assistir TV (85% em 2011 contra 77% em 2007), ouvir música ou rádio (52% contra 54%), descansar (51% contra 50%), sair com amigos e família (44% contra 31%), ver vídeos/filmes em DVD (38% contra 29%).

“No século XXI, o livro disputa o interesse dos cidadãos com uma série de entretenimentos que podem parecer mais sedutores. Ou despertamos o interesse pela leitura, ou perderemos a batalha”, diz Christine Castilho Fontelles, diretora de educação e cultura do Instituto Ecofuturo, que há 13 anos promove ações de incentivo a leitura.

Uma atual pesquisa do Ecofuturo ressaltou a influência das bibliotecas sobre os possíveis leitores. De acordo com o relatório, estudantes de escolas próximas a bibliotecas alcançam performance superior ao de alunos que convivem regiões sem bibliotecas. Nesses casos, o índice de aprovação chega a ser 156% maior, e o índice de abdicação cai até 46%.

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“Ainda temos uma desafio grande a ser enfrentado, já que grande parte das escolas da rede pública não contam com biblioteca.” Um projeto de lei aprovado em 2010 obriga todas as escolas a ter uma biblioteca até 2020. Na ocasião, o movimento autônomo Todos Pela Educação avaliou que, para exercer com a requisição, o país teria de construir 24 bibliotecas por dia.

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