Devido a um novo método de produção criado por uma cientista da Unicamp (Universidade de Campinas), o Brasil passará a fabricar um novo açúcar que além de não engordar, não origina cáries nos dentes e pode ser ingerido por diabéticos.
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O açúcar FOS (sigla para fruto-oligossacarídeos), não engorda pois sua composição é muito extensa para ser dissolvida pelo organismo. Ele é absorvido somente pelos micro-organismos que existem na última parte do intestino. Ao ingerir o açúcar, esses componentes se desenvolvem e auxiliam no tratamento de algumas doenças, como problemas do diabetes e câncer. Devido ao seu volume, o novo açúcar ainda não consegue ser metabolizado pelos organismos que ficam abrigados na boca e que originam a cárie e as placas dentárias.
Esse tipo de açúcar já é utilizado em diversos países do hemisfério norte, no Brasil, no entanto, sua ingestão ainda é limitada. Segundo Elizama Aguiar de Oliveira, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp e autora da análise, é plausível localizar no país alguns alimentos que já possuam esse tipo de açúcar. A variabilidade, todavia, é pequena devido aos elevado custo. Uma lata de leite em pós com FOS, por exemplo, custa em torno de 20 a 40 reais. “Se produzido nacionalmente, esses custos podem ser reduzidos”, diz.
O procedimento desenvolvido pela pesquisadora aplica uma porção de nióbio (um elemento usado em alguns tipos de aços inoxidáveis) e de grafite para neutralizar a enzima que produzirá o açúcar. Neutralizando a enzima nesse elemento, impede-se que ela se invalide e o resultado contraído é um xarope rico em oligossacarídeos, sacarose, frutose e glicose. Em seguida é realizada a lavagem, na qual os sub-elementos são separados e os oligossacarídeos são conduzidos para o setor industrial, para que diversos produtos com FOS sejam processados – como balas, sorvetes, chicletes e pães.
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“Não existe contraindicação, o único cuidado é evitar o exagero no consumo, que pode causar cólicas e diarreias”, diz Elizama. Segundo ela, algumas análises estimam que o ideal será uma ingestão de no máximo 6 a 10 gramas do açúcar por dia. “Mas essa quantia varia muito, depende da maneira que o organismo da pessoa responde ao produto”, finaliza.
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