USP: Advogada afirma ter arrecadado R$ 39 mil

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Polícia durante a reintegração de posse: como a ordem foi descumprida, policiais tiveram autorização para entrar.(Foto: AE)

Uma das defensoras dos estudantes da Universidade de São Paulo (USP) detidos pela Polícia Militar durante a reintegração de posse do prédio da reitoria afirmou hoje ter arrecadado dinheiro suficiente para arcar com mais que as 70 fianças dos alunos, que foi estipulada em R$ 545 para cada um dos presos.

A advogada Eliana Lucia Ferreira, que trabalha para o Conlutas, declarou que a quantia de R$ 39.240 foi arrecadada entre mais de 500 entidades que apoiam o movimento dos estudantes, cuja defesa é feita por advogados que em sua maioria são ligados a movimentos sociais e sindicais.

A reintegração de posse e a detenção dos cerca de 70 alunos aconteceu na madrugada da terça-feira, enquanto eles dormiam. Entre os detidos, a polícia informou que também há estudantes de outras instituições entre os que foram levados. De acordo com a delegada responsável pelo inquérito, Maria Letícia Camargo declarou que os jovens serão indiciados por dano ao patrimônio público e também por descumprimento de ordem judicial.

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É esperada que a liberação dos alunos aconteça somente no final da noite, pois além do pagamento da fiança estipulada, a polícia ainda deve ouvir todos os depoimentos.

Entenda o caso

O acontecimento que gerou a tensão ocorreu no dia 27 de outubro, quando a PM deteve três estudantes com maconha durante um patrulhamento pelo campus. No mesmo dia, aconteceu um protesto e também a ocupação por parte dos manifestantes do prédio administrativo da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) que foi desocupado em 1 de novembro, após assembleia, porém um grupo dissidente fez nova votação e isso culminou na decisão de invadir o prédio da reitoria.

A justiça concedeu autorização para reintegração de posse do prédio no dia 3 de novembro, dando 24 horas para que os estudantes deixassem o local e autorizou inclusive o uso da força policial caso a ordem não fosse cumprida. Representantes de ambos os lados chegaram a se reunir para tentar um acordo mas não houve sucesso. As principais reinvindicações dos invasores eram o fim do convênio da USP com a PM e também a revisão de processos administrativos e criminais contra servidores e alunos abertos pela instituição.

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Nova reunião estabeleceu novo prazo para o fim da ocupação, sendo às 23h da segunda-feira (7), mas como o acordo foi descumprido, a PM teve de cumprir a ordem de reintegração. Após deter 73 estudantes, a corporação declarou ter encontrado caixas com morteiros, galão com gasolina e coquetéis molotov em dependências do local.

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