A dor do crescimento é um dos principais motivos que levam as crianças a procurem o atendimento de um reumatologista. Os dados são impressionantes: cerca de 25% dos usuários desse serviço queixam-se de dores nas pernas, sendo que as chamadas “dores do crescimento” são as principais causas desse problema.
Quadro clínico
As crises de dor podem ser esporádicas ou até mesmo diárias, e costumam permanecerem por longos períodos antes de desaparecerem. Normalmente a queixa é bilateral e a criança a descreve como “profunda” e intensa, principalmente no findar do dia.
Um quadro bem típico é o da criança que vai dormir bem e acorda se queixando de dores nas pernas, pedindo pela presença da mãe, que acaba dando analgésicos e fazendo massagem, levando ao alívio. No restante do dia o pequeno não apresentará nenhuma anormalidade em suas atividades, como se nada tivesse acontecido.
Vale ressaltar que o exame físico é completamente normal e os sinais de inflamação articular (juntas edemaciadas, com temperatura local aumentada e pele avermelhada) descarta essa hipótese diagnóstica.
Causas
Ainda não existe nenhum fator causal conhecido. Na realidade, ainda não existem nem mesmo um consenso entre os pesquisadores sobre o termo “dor do crescimento”. O que se sabe é que não há relação da queixa clínica com o ganho de peso ou de estatura.
Existem algumas hipóteses, ainda não comprovadas, que tentam explicar essa situação, que afeta cerca de 13% das crianças. Geralmente distúrbios emocionais ou situações de crise próprias da idade (como nascimento de um irmão, ingresso na escola, mãe que volta a trabalhar) são relacionados com o aparecimento dos sintomas. Outro dado interessante é a ocorrência de associação familiar, pois crianças que apresentam a dor do crescimento geralmente são filhas de pessoas que apresentaram o mesmo quadro, na infância.
Tratamento
Antes de iniciar qualquer terapia, a primeira coisa a ser feita é a exclusão de outras hipóteses diagnósticas, que pode ser realizada durante a consulta ambulatorial ou através de exames laboratoriais.
É importante que, mediante o diagnóstico confirmado, a família tenha calma e fique tranquila, pois além de um prognóstico benigno e autolimitado, a doença não trará sequelas e nenhum tipo de limitação, além de não atrapalhar o crescimento infantil.
O tratamento consiste simplesmente na administração de analgésicos, massagem e calor nas pernas e a criança não deve ser rotulada como “doente”, pois não deve haver nenhuma restrição quanto suas atividades rotineiras.
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