91 mil mulheres foram assassinadas no Brasil nos últimos 30 anos

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Em quase metade das ocorrências, o agressor é o companheiro da mulher, com 42,5% do total de agressões.

Entre 1980 e 2010, cerca de 91 mil mulheres foram assassinadas no Brasil – 43 mil só nos últimos dez anos. Os números publicados nesta semana, são aterrorizantes e foram revelados pela pesquisa complementar do mapa da violência 2010. O percentual de mortes nesse intervalo saltou de 1.353 para 4.297, um aumento de 217,6%.

A pesquisa ainda apontou que um ano após a lei Maria da Penha ser inserida, em setembro de 2006, as taxas de assassinato tiveram significativa queda – de 4,6 para 3,9 mortes em cada 100 mil mulheres. De acordo com o levantamento, isso revela que as recentes políticas ainda são insuficientes para transformar a condição das mulheres no País.

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Em quase metade das ocorrências, o agressor é o companheiro da mulher, com 42,5% do total de agressões. Quando levada em conta a idade da vítima, entre 20 e 49 anos, 65% das agressões foram realizadas pelo namorado, marido ou ex. A pesquisa ressaltou ainda que, em 70% dos casos, a agressão ocorre no ambiente familiar, na própria residência da vítima.

Em todo o território brasileiro, o estado mais violento foi o Espírito Santo, com um percentual de 9,4 assassinatos em cada 100 mil mulheres. Já nas capitais, o percentual de homicídios atingiu a 5,1. Os percentuais mais altos de homicídios foram localizados em Rio Branco, Boa Vista, Porto Velho e Manaus, todas da região do Norte, com níveis acima de 10 mortes para cada 100 mil.

Em mais da metade das ocorrências avaliadas, a força corporal ou o espancamento são os procedimentos mais empregados pelos agressores. Outros casos mais frequentes são: ameaça com, 22,4%, utilização de objeto perfurante/cortante com, 8,2%, objeto incisivo – como pedaço de madeira ou ferro, com 4,8% e enforcamento com 3,8%.

A taxa de reincidência também surpreendeu. Em 51% dos atendimentos foi constatada a reincidência, em cerca de 38 mil casos. Esse panorama é mais forte entre as vítimas entre 20 e 60 anos ou mais – percentual que chega a 62,5%.

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