Sensibilidade a odores pode ser intolerância química, diz pesquisa

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Imagem: (Foto Divulgação)

Sintomas como dores de cabeça na presença de uma forte fragrância de perfume e coceira no nariz depois do contato com produtos de limpeza não são, necessariamente, sinais de uma alergia, mas sim consequência de uma intolerância química a determinados odores, de acordo com uma pesquisa, conduzida pela Universidade de Umea, na Suécia. Segundo o estudo essa irritabilidade pode ser imputada a uma incapacidade da pessoa de se habituar com certos aromas.

Geralmente, quando entramos num ambiente, a sensação do aroma do local vai reduzindo com o passar do tempo, até que paramos de percebê-lo. No entanto, se uma pessoa sofre de intolerância química, esse aroma parece sempre estar presente. “Os indivíduos hipersensíveis sentem que o cheiro fica mais forte, mesmo que sua concentração não tenha mudado”, afirma Linus Andersson, coordenador da pesquisa, após ter comparado representações de atividade cerebral de pessoas com e sem a condição.

Pesquisa

A pesquisa aplicou exames de EEG (Eletroencefalografia) e de ressonância magnética em pessoas com ou sem irritabilidade. Foram aplicados eletrodos na cabeça das pessoas para que fossem capturadas as alterações do cérebro frente às exposições a diferentes aromas. Os especialistas notaram que, ao contrário do que ocorreu com as pessoas sem problemas de irritabilidade a odores, as intolerantes químicas não apresentaram uma redução na atividade cerebral.

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Desse modo, a pesquisa identificou que o impacto a sensibilidade a determinados odores, vai além das irritações no revestimento mucoso da narina e da boca, inclui ainda a atividade cerebral dessas pessoas. “Em outras palavras, podemos ver indícios de que essa intolerância afeta tanto o corpo como a mente, evidenciando a importância de os profissionais não se concentrarem em apenas um desses aspectos”, diz Andersson.

Nova perspectiva

A pesquisa apresenta uma novidade ao ligar a atividade cerebral ao mecanismo de intolerância química. “Apesar de isso ser desconhecido, faz sentido. Provavelmente, tudo o que se refere à inflamação do nariz se reflete em termos de atividade cerebral”, afirma o médico alergista e presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai), João Negreiros Tebyriçá.

Apesar de o problema ser comum, há poucos estudo sobre o que acarreta essa condição. Para o coordenador do estudo, se for descoberto o que distingue essa sensibilidade, seria plausível desenvolver procedimentos para análises  e tratamento do problema.

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