Na teoria proposta pela constituição, o salário mínimo de um país tem como objetivo atender as necessidades vitais do cidadão e de sua família, garantindo as condições básicas para a sobrevivência, como alimentação, transporte, lazer, previdência, higiene, vestuário e moradia. Entretanto, o valor da remuneração vigente não tem dado conta das necessidades básicas e nem preservado o poder de compra do trabalhador.
Embora o salário mínimo tenha saltado de R$ 545 para R$ 622 em um ano, ele ainda é muito inferior à quantia de dinheiro necessária para desfrutar de boas condições de vida. Nos últimos 12 meses, as estimativas de salário ideal ficaram bem acima de 2 mil reais.
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Salário mínimo está longe de ser o ideal
Um estudo divulgado na última segunda-feira (6) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelou que o salário mínimo brasileiro deveria ser de R$ 2.519,97 para dar conta das necessidades básicas das famílias. Para chegar a esta conclusão, foram considerados dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica.
Os dados estatísticos mostram o quanto os brasileiros precisam de uma remuneração mais justa para dar conta das despesas. O valor considerado como ideal pelo Dieese é 4,05 vezes maior do que o salário mínimo vigente, atualmente de R$ 622.
Em junho de 2012, uma pesquisa também foi realizada com o objetivo de avaliar a renda mais apropriada para o cidadão brasileiro. Calculou-se que o valor ideal era de R$ 2.416,38, suavemente inferior a quantia publicada na pesquisa mais recente do Dieese. Há um ano, o salário mínimo ideal para o trabalhador foi estimado em R$2.212,66, ou seja, 4,06 vezes superior à remuneração mínima da época, que era de R$545,00.
Uma cesta básica compromete 45,85% do salário mínimo
Além de avaliar o mínimo ideal para o cidadão brasileiro, a pesquisa também procurou analisar o tempo médio de trabalho necessário para conquistar conjuntos de bens essenciais. Segundo o Dieese, para comprar uma cesta básica em julho de 2012, o brasileiro que ganha um salário mínimo teria que trabalhar em média 92 horas e 48 minutos. Em junho, esta estimativa foi um pouco menor, 89 horas e 1 minuto.
Com relação ao ano passado, o brasileiro remunerado com o mínimo nacional trabalhava em torno de 93 horas e 52 minutos para garantir os itens alimentícios básicos da sua família. Atualmente, uma cesta básica compromete 45,85% do salário mínimo.
Através da pesquisa divulgada pelo Dieese, é possível notar que o salário mínimo tem aumentado o seu valor a cada ano, mas ainda não reconhece as necessidades do trabalhador brasileiro. Os reajustes propostos pelo Governo são desproporcionais aos preços elevados de produtos e serviços, que não param de assolar o mercado.
A cesta básica está mais cara devido ao aumento de preços de alguns produtos, que aconteceu entre junho e julho de 2012. A inflação afetou, sobretudo, o tomate, o pão francês, o óleo de soja e o arroz. De acordo com a pesquisa do Dieese, a cesta básica mais inflacionada custa 299,96 reais em Porto Alegre.
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