Rendimento da poupança será menor, entenda

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Os rendimentos da poupança podem baixar (Foto: Divulgação)

Acredita-se que o Governo Federal deve anunciar nesta quita-feira, 3 de maio, a diminuição do rendimento da caderneta de poupança. O valor mínimo que o investimento dá de retorno para o dono da aplicação fixado em lei, é baseado na soma da Taxa Referencial (TR) mais 6,17% ao ano. A medida tem por objetivo inibir a fuga de investimentos de títulos da dívida do Tesouro Direto para a poupança.

Com a diminuição da taxa Selic, hoje em 9%, os fundos de investimento e títulos do Tesouro deixam de atrair o público, por causa da cobrança de Imposto de Renda, IOF e taxa de administração, ao contrário da poupança. Desse modo, o governo tem dificuldade em vender títulos para renegociar a dívida pública.

Na quarta-feira, 2 de maio, a presidente Dilma Rousseff ficou cinco horas em reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e ainda deverá acertar mais detalhes na manhã de hoje. “A presidente quer fazer algo que funcione, que ela não deva mudar no futuro”, disse um interlocutor. Atualmente o Governo Federal avalia todos os reflexos possíveis. A presidente avalia cenários em caso de uma eventual queda mais significativa da Selic, um mecanismo que torne os títulos da dívida sempre mais atraentes do que a poupança.

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Alguns especialistas acham que o momento não é bom para esse tipo de mudança (Foto: Divulgação)

Alguns especialistas acham que a medida não renderá bons frutos, como, por exemplo, o do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Ellery, por conta do momento escolhido para tal ação. Segundo o economista, a determinação de diminuir os juros é conhecida há um certo tempo, e a rentabilidade da poupança já havia se tornado um obstáculo em 2009, quando a Selic chegou a níveis próximos aos atuais. Na época, o então presidente Lula tentou taxar as cadernetas de poupança com mais de R$ 50 mil com Imposto de Renda, mas a proposta foi bastante criticada e caiu no esquecimento.

“O problema é que se o governo tivesse resolvido isso com a Selic a 12% teria sido fácil propor essa mudança aos poupadores. Depois, quando a taxa caísse, justificaria a mudança, mas o governo deixou para resolver com o problema já estourando. Isso que o governo quer fazer é muito provável que signifique perda de rentabilidade na poupança, o que vai gerar uma reação mais do que justa. Afinal, ninguém quer ser prejudicado na sua renda em prol de objetivos gerais que não são muito bem mensurados”, afirmou. No entanto, setores do Planalto acreditam que agora é o melhor momento para mexer nas taxas da poupança por causa da popularidade de Dilma, que só cresce.

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